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PSOL e deputado do PT pedem apuração de suposto gesto nazista de Adrilles

Gesto de Adrilles Jorge foi interpretado como saudação nazista - Reprodução
Gesto de Adrilles Jorge foi interpretado como saudação nazista Imagem: Reprodução

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

09/02/2022 13h15Atualizada em 09/02/2022 16h12

Em diferentes linhas de frente, o PSOL e o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) pedem que se investigue a suposta saudação nazista feita pelo ex-BBB e comentarista Adrilles Jorge na Jovem Pan.

Ao comentar o caso de Monarkdemitido do Flow Podcast por apologia ao nazismo —, Adrilles fez um gesto interpretado como uma saudação nazista, que é crime. Ele nega que o gesto tenha cunho nazista e disse que o tchau foi "deturpado por canceladores". A Jovem Pan afirmou que Adrilles foi demitido.

A bancada do PSOL pediu que o processo aberto pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre o caso Monark também inclua o episódio envolvendo Adrilles. Segundo a líder do partido na Câmara dos Deputados, Sâmia Bomfim (SP), "o gesto nazista feito na Jovem Pan é tão grave quanto as declarações feitas pelo apresentador do podcast [Flow]" e ambos os casos "merecem investigação e punição rigorosa".

"O inquérito na PGR investiga o apresentador Monark e o deputado Kim. É preciso que vá adiante, pois nazismo não pode ser naturalizado. Nosso pedido é para que o episódio de Adrilles na Jovem Pan seja parte do mesmo inquérito", escreveu, no Twitter.

A bancada do PSOL ainda pede a responsabilização da emissora.

Num debate sobre perseguição contra grupos minoritários exibido na segunda-feira (7) pelo Flow Podcast, Kim sugeriu que grupos radicais ganham força quando o cerceamento de ideias extremistas é praticado em detrimento da liberdade de expressão. Monark, que apresentava o programa, disse que endossa a criação de um partido nazista a fim de equilibrar o debate político.

O PSOL não descarta entrar com representação contra o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Em documento hoje a promotores de Justiça de São Paulo, o deputado federal Alexandre Padilha pede que a Procuradoria-Geral ofereça denúncia contra Adrilles por crime de "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional", previsto na Lei nº 7.716/89.

O parlamentar ainda pede que a denúncia seja feita com base na modalidade qualificada do suposto crime pelo gesto ter sido realizado num meio de comunicação social.

"É execrável que um comunicador social de rede de concessão pública de amplo acesso pratique tal crime. É necessária uma resposta dura e rápida por parte do Estado para que esse tipo de conduta não volte a acontecer. O fato não demanda produção de provas, uma vez que registrado em vídeo de forma clara e inequívoca", afirmou no documento.

Senador também pede investigação

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) acionou o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), hoje, para pedir investigação do ex-BBB Adrilles Jorge, que fez um gesto associado ao nazismo durante comentário na Jovem Pan. Ele foi demitido pela emissora após a repercussão do caso.

"Antes da conclusão do programa, o apresentador ergueu a mão direita em manifestação idêntica aquela realizada por nazistas ao saudar Hitler, ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pela condução do Holocausto que vitimou mais de seis milhões de pessoas, a maioria judeus. Não podemos permitir que esse genocídio contra a humanidade seja promovido no Brasil", afirma Contarato.

Fabiano Contarato também apresentou hoje um projeto de lei para criminalizar condutas associadas à promoção do nazismo e do fascismo, com reclusão de dois a cinco anos e multa.