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Contarato aciona MP-SP para investigar Adrilles por suposto gesto nazista

O senador também apresentou projeto de lei para criminalizar condutas associadas à promoção do nazismo e do fascismo - Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador também apresentou projeto de lei para criminalizar condutas associadas à promoção do nazismo e do fascismo Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Colaboração para o UOL

09/02/2022 15h04Atualizada em 09/02/2022 15h33

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) acionou o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), hoje, para pedir investigação do ex-BBB Adrilles Jorge, que fez um gesto associado ao nazismo durante comentário na Jovem Pan. Ele foi demitido pela emissora após a repercussão do caso.

"Antes da conclusão do programa, o apresentador ergueu a mão direita em manifestação idêntica aquela realizada por nazistas ao saudar Hitler, ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pela condução do Holocausto que vitimou mais de seis milhões de pessoas, a maioria judeus. Não podemos permitir que esse genocídio contra a humanidade seja promovido no Brasil", afirma Contarato.

O momento aconteceu no programa "Opinião" de ontem, enquanto Adrilles falava sobre o caso de Monark, demitido do Flow Podcast por apologia ao nazismo.

"O nazismo matou 6 milhões de judeus, o comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas e hoje é visto aqui no Brasil como uma coisa livre, absolutamente liberada, com partidos normalizados", diz o comentarista.

Em nota, o Grupo Jovem Pan disse repudiar qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias e que os comentaristas têm liberdade para emitir opiniões, desde que dentro dos limites da lei. Confira a nota na íntegra abaixo.

Projeto de lei contra nazismo

Fabiano Contarato também apresentou hoje um projeto de lei para criminalizar condutas associadas à promoção do nazismo e do fascismo, com reclusão de dois a cinco anos e multa.

"Nosso projeto de lei pretende ampliar o escopo da criminalização da apologia ao nazismo que, hoje, se restringe à fabricação, comercialização, distribuição e veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propagandas que utilizam a cruz suástica ou gamada. Buscamos, assim, ampliar o espectro de condutas relacionadas à promoção do nazismo - e do fascismo, que achamos por bem incluir no texto legal - e fazer referência à negação do Holocausto como parte do tipo penal previsto", diz o senador.

Com a repercussão do episódio, Adrilles negou que o gesto tenha relação com o nazismo e disse que estava apenas dando "tchau".

"A insanidade dos canceladores ultrapassou o limite da loucura. Depois de um discurso meu veemente contra qualquer defesa de nazismo, um tchau é interpretado como um saudação nazista. Nazista é a sanha canceladora que não enxerga o próprio senso assassino do ridículo", escreveu no Twitter.

PSOL e deputado também pedem investigação

Em diferentes linhas de frente, o PSOL e o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) pedem que se investigue a suposta saudação nazista feita pelo ex-BBB e comentarista Adrilles Jorge na Jovem Pan.

A líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Sâmia Bomfim (SP), afirmou que a bancada do partido vai pedir que o processo aberto pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre o caso Monark também inclua o episódio envolvendo Adrilles. Segundo a deputada, "o gesto nazista feito na Jovem Pan é tão grave quanto as declarações feitas pelo apresentador do podcast" e ambos os casos "merecem investigação e punição rigorosa".

O PSOL também ainda não descarta entrar com representação contra o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Em documento hoje a promotores de Justiça de São Paulo, o deputado federal Alexandre Padilha pede que a Procuradoria-Geral ofereça denúncia contra Adrilles por crime de "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional", previsto na Lei nº 7.716/89.