Ministério Público vai investigar medidas da Jovem Pan no caso Adrilles
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) abriu ontem um inquérito civil contra a rádio Jovem Pan e o comentarista Adrilles Jorge, que também já é investigado em âmbito criminal por uma aparente saudação nazista feita em programa da emissora na última terça-feira. Na ocasião, Adrilles falava sobre o apresentador Buno Aiub, o Monark, que defendeu a liberdade de criação de um partido nazista no Brasil.
O ex-BBB, que nega ter feito o gesto, foi demitido da Jovem Pan após a repercussão do caso. Em nota oficial (veja íntegra abaixo), a emissora afirmou que "repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias". Para o MP-SP, porém, é preciso apurar quais medidas internas são tomadas pelo grupo para "impedir a promoção de discursos de ódio através de seus canais". Este conjunto de providências é definido, no ambiente empresarial, como compliance de direitos humanos.
"Para bem determinar seu objeto, destaca-se que o presente inquérito civil tem por finalidade investigar a conduta de Adrilles Jorge, bem como as regras de compliance em direitos humanos da Jovem Pan, que são indispensáveis para que a empresa não seja um espaço de violação de direitos fundamentais", afirma o órgão no despacho de abertura da investigação.
Com a abertura do inquérito civil, tanto Adrilles quanto a Jovem Pan poderão estar sujeitos a punições na esfera civil, como multas. Adrilles também é alvo de uma investigação criminal do Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Inteligência), por suposto crime racial.
"Esse gesto pode representar apologia ao nazismo o que teria, em si, conteúdo racista, antissemita e altamente discriminatório contra diversas minorias, uma vez que, como bem se sabe, o regime nazista também perseguiu pessoas com deficiência, LGBTQIA+, ciganos e outros", afirma o órgão no despacho de abertura do inquérito.
Desde a repercussão do gesto, Adrilles tem negado a conotação nazista do gesto, que seria apenas um "tchau", e afirmado que é vítima de falsa imputação de crime. No Twitter, o comentarista menciona que criticou "incisivamente" o nazismo durante o programa.
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