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Aras nega qualquer compromisso com Bolsonaro por vaga na PGR ou STF

Augusto Aras durante sabatina na CCJ - Pedro França/Agência Senado
Augusto Aras durante sabatina na CCJ Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

15/02/2022 21h57Atualizada em 15/02/2022 22h11

O procurador-geral da República, Augusto Aras, negou ter firmado compromisso com o presidente Jair Bolsonaro (PL) por "vaga alguma". O nome de Aras chegou a ser cotado para uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal) depois de ser formalmente reconduzido para o trabalho atual na PGR.

"Cheguei ao último posto da minha carreira do MPF, da União. Jamais fiz qualquer compromisso com o presidente me prometendo vaga alguma. Se sua Excelência disse meu nome foi por generosidade, mas sem comprometimento", afirmou hoje em entrevista a William Waack na CNN Brasil.

Para Aras, ele nunca apresentou tratamento preferencial a Bolsonaro, como acusa a oposição do presidente. "Aprendi a separar retórica política do discurso jurídico. Eu adotei todas as posições, medidas jurídicas, que cabiam ao PGR", disse.

"Não fiz investigação seletiva, vazamento seletivo, ação penal seletiva de ninguém, nem dos nossos respeitáveis senadores da CPI [da Covid], do cidadão, autoridades e do presidente da República", continuou.

CPI da Covid ameaça protocolar impeachment contra Aras

Senadores da CPI da Covid ameaçaram hoje protocolar um pedido de impeachment contra Augusto Aras no Senado se a PGR não encaminhar uma decisão sobre o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades denunciadas pela CPI.

Ao concluir as investigações no ano passado, a comissão encaminhou à PGR o indiciamento de Bolsonaro acusando o presidente da República de ter cometido crimes de atos e omissões na pandemia de covid-19. Cabe à Procuradoria denunciar ou não o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de crimes comuns.

Desde então, os senadores da CPI pressionam a PGR a tomar uma decisão, avançando com a investigação ou mesmo dizendo que vai arquivar a denúncia. Na semana passada, emissários de Aras se reuniram com parlamentares e pediram um detalhamento maior das acusações relacionadas a cada autoridade indiciada, procedimento que os parlamentares afirmam já ter feito.

A cúpula da CPI concordou em encaminhar um novo desmembramento dos arquivos levantados pela comissão, mas espera uma decisão da PGR até o carnaval para protocolar um pedido de impeachment contra Aras. A decisão sobre o afastamento de um procurador-geral cabe ao Senado. Um processo como esse só avança se houver uma decisão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

(Com informações da Agência Estado)