PF diz que Moro mentiu e que papel da corporação não é fazer 'espetáculos'
A PF (Polícia Federal) rebateu as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e presidenciável Sergio Moro de que a corporação não tem atuado para combater a corrupção no país e que isso seria um resultado direto das nomeações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em postos-chave da PF, com a troca de superintendentes.
Em nota, a corporação afirma que Moro "mentiu" em seus "ataques descabidos" à entidade na entrevista concedida à rádio Jovem Pan, salientou que não cabe à PF "produzir espetáculos", e que foram efetuadas "mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos".
"O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração", escreveu, ressaltando que o ex-ministro "confunde, de forma deliberada, as funções da PF", cujo "papel não é produzir espetáculos", mas "conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários".
Ontem, em entrevista à Jovem Pan, Sergio Moro voltou a criticar aquilo que classifica como "interferências" de Bolsonaro na PF, às quais ele diz ter sido contra, e ressaltou que o próprio presidente "já falou publicamente que eu saí do governo porque não aceitava proteger a família dele".
"Tenho grande respeito pela PF, mas essa é a Polícia Federal, e esse é o resultado das nomeações que o presidente fez. Eu jamais imaginei que o Presidente da República que se elegeu defendendo a Lava Jato fosse trabalhar para destruir a Lava Jato. E uma parte dessa destruição foi a interferência na Polícia Federal", completou o ex-juiz, ressaltando que "não tem ninguém no Brasil investigado e preso por [algum] grande [caso de] corrupção".
Hoje, Moro voltou a falar sobre a instituição. "Este momento vai passar. Vocês vão voltar a ser valorizados. Contem comigo para continuar sendo uma das instituições mais respeitadas no combate ao crime", escreveu.
Sergio Moro deixou o governo Bolsonaro em abril de 2020, após o presidente ter exonerado o diretor-geral da PF Maurício Leite Valeixo. Ao anunciar sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz acusou o chefe do Executivo Federal de interferir na PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação.
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