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Randolfe: 'A CPI da Covid não acabou em pizza. O pizzaiolo é o Aras'

Randolfe Rodrigues chama Aras de "pizzaiolo" - Geraldo Magela/Agência Senado
Randolfe Rodrigues chama Aras de 'pizzaiolo' Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

16/02/2022 13h53Atualizada em 16/02/2022 14h15

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou hoje em entrevista à CNN Brasil que a CPI da Covid "não acabou em pizza" e chamou o procurador-geral da República, Augusto Aras, de "pizzaiolo" ao dizer que ele estaria atrasando propositalmente o avanço das investigações feitas pela comissão. Randolfe foi o vice-presidente da CPI, que indiciou 78 pessoas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro (PL), e mais duas empresas.

"A CPI não acabou em pizza. Quem é o pizzaiolo e está confeccionando a pizza, o endereço é na PGR. É lá que está o forno da pizza preparado", disse o parlamentar.

Segundo Randolfe, os senadores cogitam enviar petição para que a PGR tome alguma medida a respeito do relatório da CPI e não descartam "nenhuma hipótese para impor a ele [Aras] o cumprimento de seu papel, seja ele o remédio do impeachment, seja por uma ação de investigação no STF". "Queremos que Aras faça o serviço dele", afirmou.

Durante a entrevista, o ex-vice-presidente da CPI também rebateu as críticas de Aras e disse que o procurador-geral "faltou com a verdade" ao dizer que a comissão não apresentou provas relativas aos indiciados. "Além de estar atrasando, prevaricando no seu ofício, o senhor vem à televisão faltar com a verdade com os brasileiros", disse Randolfe.

O relatório da CPI da Covid foi entregue à PGR no dia 27 de outubro e, de acordo com o senador, "tem um link para as provas, para cada uma das acusações feitas. "É só ele procurar lá", completou o parlamentar.

"Informações desconexas e desorganizadas", diz Aras

À CNN Brasil, Aras disse que a CPI da Covid enviou à PGR "um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas". Segundo ele, isso fez com que a procuradoria protocolasse dez petições ao STF buscando "manter a validade da prova para evitar que nulidades processuais venham a resultar em impunidade, como aconteceu recentemente em vários processos".

"Naquele momento, a CPI dizia entregar as provas que estariam vinculadas aos fatos de autoria daquelas pessoas indiciadas", disse o procurador-geral. "Ocorre que não houve a entrega dessas provas, o que motivou, 15 dias depois, nós recebermos um HD com dez terabytes de informações desconexas e desorganizadas."

Se Aras não não encaminhar uma decisão sobre o indiciamento de Bolsonaro e outras autoridades denunciadas pela CPI, senadores da comissão já ameaçam protocolar um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República.