Tabata Amaral: 'Federação com PT faria do PSB uma sublegenda'

Em entrevista ao UOL News, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) voltou hoje a se posicionar contra eventual federação partidária com o PT. "Quando a gente fala de um partido grande, esse caminho é mais difícil em relação a siglas menores. Você fala de uma federação que faz um único partido. E um partido tão grande como o PSB, na minha opinião, não precisa", disse.

Na avaliação dela, possível aliança por quatro anos com o PT acabaria tornando o PSB uma sublegenda. "Essa é uma decisão que não tem nada a ver com as eleições de 2022", disse a congressista.

Ela também defendeu a candidatura do candidato do PSB ao governo de São Paulo, Márcio França. O impasse sobre a decisão de lançar Fernando Haddad pelo Estado foi um dos entraves que barrou a formação de federação com o PT.

"Estamos convencidos sobre a candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo. A gente tem uma preocupação grande ao ver o candidato de Bolsonaro crescendo nas pesquisas. Temos uma candidatura viável", disse. "Nesse cenário, com as pesquisas que temos hoje o Márcio é competitivo e tem capacidade de união", disse.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, anunciou ontem que a sigla não integrará a federação partidária em negociação com PT, PCdoB e PV. A decisão foi anunciada ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffman, após a quarta reunião entre os quatro partidos, na qual não houve acordo em relação às exigências do PSB para integrar a federação.

"Não há decisão de ingressarmos agora na federação porque esse assunto não está maduro para o PSB", disse Siqueira.

Mesmo assim, o partido deverá fazer uma aliança eleitoral com o PT. O PSB deverá receber a filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB. A intenção é que Alckmin seja o candidato a vice na chapa para a Presidência da República encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Chapa Lula-Alckmin

No mesmo dia em que o PSB acertou a filiação de Geraldo Alckmin ao partido e afirmou que ele será indicado candidato a vice na chapa de Lula, a deputada fez ácidas críticas ao PT em um jantar com empresários em São Paulo.

Tabata afirmou que vem "lutando bravamente" contra uma federação de seu partido com o PT. Informou que a ala paulista do partido tem posição "unânime" contra a proposta —o que nunca foi dito tão explicitamente pelas principais lideranças da legenda em SP.

E disse que, com a união, o PSB se tornaria uma sublegenda, o que prejudicaria a agremiação, definida por ela como "a maior e talvez única alternativa que olha para frente, como progressista".

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