Deputados do PL usavam grupo armado para desviar emendas, diz jornal
Um relatório da PF (Polícia Federal) apontou indícios de que um grupo armado teria sido utilizado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL-MA) para desviar emendas parlamentares destinadas a prefeituras do Maranhão, segundo reportagem publicada ontem pelo jornal O Globo.
Josimar agiria com os também deputados Bosco Costa (PL-SE) e Pastor Gil (PL-MA). Além do grupo armado, o esquema também utilizava saques em dinheiro vivo e extorsão, de acordo com o documento da PF, que foi apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Ontem, os três parlamentares —que negam as acusações— foram alvo de mandados de busca e apreensão. A investigação está sob sigilo, mas o jornal teve acesso aos documentos.
A reportagem diz que um agiota chamado Josival Cavalcanti da Silva, também conhecido como Pacovan, emprestava recursos aos parlamentares e recebia pagamentos por meio de saques em dinheiro vivo desviados de emendas parlamentares.
Relatório da PF, segundo a reportagem, diz que "o deputado federal Josimar Maranhãozinho é quem está à frente da estrutura criminosa, capitaneando não somente a destinação dos recursos públicos federais oriundos de emendas (próprias e de outros parlamentares comparsas) para os municípios, mas também orientando a cobrança (utilizando, inclusive, de estrutura operacional armada), ao exigir dos gestores municipais a devolução de parte dessas verbas".
Documentos obtidos pela PF apontaram que emendas parlamentares no valor de cerca de R$ 5 milhões teriam sido usadas nos desvios. A PF observou que Costa, deputado por Sergipe, destinou uma emenda de R$ 4 milhões à prefeitura de São José de Ribamar, no Maranhão. O objetivo era que R$ 1 milhão, o equivalente a 25%, retornasse em dinheiro vivo aos parlamentares.
Para a polícia, isso pode indicar que o Maranhão "pode ter se tornado um paraíso para o desvio de emendas parlamentares".
Em nota a o Globo, Josimar disse que colabora com as investigações, nas quais vê "espetacularização", imaginando se o objetivo não seria prejudicar sua imagem "na tentativa de me tirar da disputa eleitoral". O deputado Pastor Gil negou que tivesse cometido irregularidades e disse que "a improcedência dos fatos" sob investigação será comprovada. O jornal não trouxe a posição de Costa.
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