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Santos Cruz: 'Vincular fala de Arthur do Val a Moro é exploração política'

Colaboração para o UOL, em Brasília

14/03/2022 12h57

Cotado para concorrer ao governo de São Paulo pelo Podemos no lugar do deputado estadual Arthur do Val (sem partido), o general Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou hoje que só deve definir com a sigla o cargo ao qual pode concorrer ao fim da janela partidária —prazo em que candidatos podem mudar de partido sem risco de perder o mandato em ano eleitoral. Ele também afirmou que vincular o escândalo dos áudios de do Val ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro seria "exploração política".

"Não tenho definição nenhuma. Se eu for participar, deverá ser dentro de uma estratégia partidária", afirmou em entrevista ao UOL News. "Vou deixar essa definição para o final da janela eleitoral."

O militar, que chegou ao partido após a filiação do ex-ministro da Justiça Sergio, foi responsável pela Secretaria de Governo na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas deixou o cargo em junho de 2019 após desentendimentos com um dos filhos do mandatário, o vereador Carlos Bolsonaro.

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Dentro da sigla, ele é tido como um dos nomes mais fortes junto ao de políticos "de tradição" na legenda, como a deputada Renata Abreu, presidente nacional da sigla.

'Moro não tem nada a ver com falas do MBL'

Essa movimentação interna ocorre após escândalos protagonizados por dois integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) ligados ao Podemos.

03.mar.22 - Arthur do Val na Ucrânia durante invasão russa Imagem: Reprodução

O episódio mais recente envolveu a divulgação de áudios de cunho sexista de Arthur do Val sobre mulheres na Ucrânia, o que levou o parlamentar a desistir de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo.

Ao falar sobre como o episódio pode ter afetado a imagem política de Moro, Santos Cruz destacou que o ex-juiz "não tem nada a ver com declaração" de Arthur do Val. Na avaliação dele, vincular a fala de Arthur à campanha de Moro é "exploração política".

"É exploração partidária pura. Sete meses antes da eleição, tudo vira questão política", disse.

Antes, num debate sobre nazismo e perseguição contra grupos minoritários exibido pelo Flow Podcast, em fevereiro, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) sugeriu que grupos radicais ganham força quando o cerceamento de ideias extremistas é praticado em detrimento da liberdade de expressão.

À época, Moro defendeu Kim, afirmando que o congressista havia cometido uma "gafe verbal". Desde então, Kim tem participado de atividades promovidas por entidades judaicas no Brasil.

'Falta de capacidade' de Bolsonaro

O militar repudiou a invasão russa em território ucraniano. "Não se pode validar de forma nenhuma essa guerra. Esse foi um evento lastimável para o mundo. Houve um acúmulo de erros políticos que quem está pagando agora é a Ucrânia e os soldados russos", analisou.

Segundo Santos Cruz, a visita do governo brasileiro ao país eurasiático ocorreu "numa hora inconveniente" e a mensagem deixada por Bolsonaro foi evasiva.

"Por falta de conhecimento ou de capacidade, ele falou o que não deveria falar. Disse que era solidário [sem deixar claro a quê]", disse.

Em sua avaliação, a posição da gestão de Bolsonaro é discrepante da do Itamaraty. "Na área internacional, o presidente tem um discurso que não é claro naquilo que é preciso ser reprovado", afirma.

  • Veja a entrevista completa e as notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:

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