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A militantes, Bolsonaro cita pedofilia para atacar o PT

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

16/03/2022 12h32Atualizada em 16/03/2022 12h38

Ao falar hoje (16) com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, sem apresentar provas, que o PT quer "relativizar a pedofilia há muito tempo". O mandatário também disse que o partido pretende "recolher as armas do cidadão de bem".

"O PT há muito tempo tenta diminuir a idade do estupro de vulnerável. O que que é isso daí? Se hoje uma menina de 14 anos tem um relacionamento com uma pessoa, existe uma pena determinada para aquela pessoa. Se for abaixo de 14, é outra história. E o PT quer relativizar a pedofilia para 12 anos", afirmou.

A fala do presidente sobre pedofilia ocorre em meio à polêmica envolvendo o filme "Como se tornar o pior aluno da escola", de Danilo Gentilli. A obra de 2017 vem sendo atacada nos últimos dias por bolsonaristas, que a associam à pedofilia por causa de uma cena protagonizada pelo ato Fabio Porchart. O Ministério da Justiça e Segurança Pública mudou a classificação indicativa do filme para maiores de 18 anos.

Bolsonaro também disse que a população sabe o que o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu possível concorrente nas eleições deste ano, "defende".

"A gente tem o tempo todo o PT querendo impor ideologia de gênero nas escolas, o pessoal sabe o que é isso. Eles são contra a redução da maioridade penal. Eles dizem que vão recolher as armas do cidadão de bem. Eles querem valorizar o MST e o MTST. Eles querem reatar as relações diplomáticas com Cuba, talvez trazendo os Mais Médicos para cá. E eles vieram para cá na época sem ninguém saber quem eles eram", declarou.

O UOL questionou o PT sobre as acusações de Bolsonaro e aguarda retorno.

Combustíveis

Ao justificar os elevados preços na gasolina e no óleo diesel, o presidente também voltou a atacar as gestões passadas.

"Alguém sabe quanto foi gasto na transposição do rio São Francisco? Aproximadamente R$ 14 bilhões. De 2003 a 2015, do PT de Lula e Dilma, o endividamento da Petrobras, com sondas compradas e que não vieram para cá, com três refinarias que começaram a fazer e não terminaram, com interferência no preço dos combustíveis, foi de R$ 900 bilhões", disse Bolsonaro.

Segundo o chefe de Estado, os preços dos combustíveis "poderiam estar um pouco mais baratos" no Brasil, caso o endividamento da Petrobras não fosse alto.

"Um cara falou para mim outro dia: "Se não está tendo mais roubo na Petrobras, porque a gasolina não baixa de preço?". Nós estamos pagando os R$ 900 bilhões. No ano passado, foi pago R$ 100 bilhões", afirmou.