Bolsonaro diz que se não fossem ações do governo, Brasil estaria em caos
Em tom de candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a argumentar, sem citar o atraso na compra de vacinas, que as ações do governo federal salvaram o Brasil do "caos" na pandemia do coronavírus. Durante evento de lançamento do Programa Renda e Oportunidade hoje, Bolsonaro também repetiu que foi impedido de tomar algumas decisões pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que deu autonomia para governadores e prefeitos implementarem medidas sanitárias.
"Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado do mundo que falou que devia ser diferente desde o início. Lamentavelmente, por decisão judicial, eu perdi a possibilidade, juntamente com a minha equipe, de conduzir o destino da nação durante a pandemia. Se não fosse medidas rápidas e eficientes adotadas, o caos seria instalado no país", disse.
Bolsonaro ainda criticou o posicionamento de governadores que adotaram em seus Estados medidas de isolamento social na pandemia, uma "política completamente equivocada", na visão dele. Segundo o presidente, eles "esqueceram da economia". Segundo ele, essas decisões "açoitaram a economia, com políticas restritivas".
"Apesar de perder o comando, não perdemos o norte das ações. Veio o auxílio emergencial, veio o Pronampe, veio o BEm, como muitas outras medidas adotadas pelo governo. Não foi fácil, não tivemos colaboração dos grandes setores da sociedade, em especial os de comunicação", argumentou.
Apesar da fala de Bolsonaro, o governo federal foi duramente criticado pela condução da pandemia. Entre os motivos, está a sucessiva troca de ministros da Saúde, atraso na compra de vacinas, ataques e boicotes à vacinação, além do desrespeito ao uso de máscaras e ao isolamento social.
Por conta disso, inclusive, o relatório da CPI da Covid, encerrada em outubro de 2021, atribuiu a Bolsonaro dez crimes, incluindo comuns e de responsabilidade.
Bolsonaro torce para que políticos "sumam da vida pública"
Bolsonaro também defendeu que os políticos que tomaram decisões restritivas, ou instauraram regras a partir da vacinação, "sumam da vida pública". O presidente disse torcer para que essas pessoas percam espaço nas eleições deste ano.
"Conhecemos protótipos de ditadores pelo Brasil. Espero que sejam alijados da vida pública, em especial por ocasião das eleições que se aproximam. Quem não sabe o valor da liberdade não merece, pelo voto democrático, integrar o executivo ou o legislativo", disse.
O presidente também voltou a defender que o governo federal forneceu vacina a todos para que de "forma voluntária" escolhessem se vacinar ou não. Isso porque, na visão dele, é preciso ter liberdade de escolha.
"Quem abre mão de parte da sua liberdade para ter segurança, acaba ficando sem os dois", disse, em referência aos passaportes vacinais adotados em diferentes pontos do país.
Falta de alimentos
No mesmo evento, Jair Bolsonaro afirmou que "pede a Deus" para que não aconteça uma "guerra por alimentos". Nas palavras do presidente, a guerra que acontece na Ucrânia pode afetar na produção de alimentação mundial.
"Nós ficamos sem gasolina, sem zap, sem Corinthians, sem Palmeiras, sem um montão de coisas, mas não ficamos sem comida. Se essa guerra se aprofunda, se medidas drásticas começam a ser adotadas de um lado ou de outro, faltará coisas básicas para nós", afirmou.
Bolsonaro se referiu à parceria que o Brasil tem com a Rússia para a compra de fertilizantes usado na agricultura. Em sua última viagem internacional, o presidente visitou Vladimir Putin e, segundo ele, esse foi o principal assunto discutido.
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