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Para ministros, decisão de Moraes é recado de que país não é terra sem lei

6.fev.2020 - O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão no STF (Supremo Tribunal Federal) - Rosinei Coutinho/SCO/STF
6.fev.2020 - O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão no STF (Supremo Tribunal Federal) Imagem: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Alberto Bombig

Colaboração para o UOL

18/03/2022 17h20

A decisão do ministro Alexandre de Moraes de bloquear o Telegram foi respaldada por outros integrantes do STF, que entendem a medida como um recado claro e preliminar de que o Brasil não é uma terra sem lei e que não aceitará interferências externas, "vale tudo" e "jogo sujo" em seu processo eleitoral.

A avaliação é de que quanto mais tarde a medida fosse tomada, ou seja, mais perto do início das campanhas eleitorais, mais o debate estaria contaminado politicamente. A expectativa agora recai sobre Luiz Fux, o presidente do STF. Ministros enxergam como pequena a chance de ele derrubar, de maneira monocrática, a decisão de Moraes.

A medida tomada por Moraes também obrigará, na visão desses ministros, a direção do aplicativo Telegram a se posicionar juridicamente e com total clareza no Brasil, algo que ela vinha evitando ao máximo. Luís Roberto Barroso, nos bastidores, havia cogitado o bloqueio ao Telegram, mas, como ele já estava de saída do TSE, a leitura foi de que seria melhor outro ministro assumir a decisão. Moraes comandará o TSE na fase decisiva do processo eleitoral e contou com o respaldo interno de Edson Fachin, o atual presidente do tribunal, para o bloqueio.