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Tabata e políticos repercutem áudio de ministro da Educação: 'Vai cair'

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) durante entrevista no estúdio Folha/UOL - Pedro Ladeira/Folhapress
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) durante entrevista no estúdio Folha/UOL Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/03/2022 13h37Atualizada em 22/03/2022 14h19

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) e outros políticos repercutiram hoje nas redes sociais a reportagem com um áudio em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma que o governo federal prioriza o repasse de verbas às prefeituras ligadas a dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura. A informação foi obtida pelo jornal Folha de S. Paulo por meio de uma conversa gravada.

Sem cargos, os religiosos atuariam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC (Ministério da Educação). Segundo o ministro, no áudio, esta seria uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A deputada Tabata Amaral classificou a atual gestão do MEC como a "mais incompetente da história" e disse que a pasta "também é antro de corrupção, improbidade administrativa e tráfico de influências".

Segundo a parlamentar, a PGR (Procuradoria-Geral da República) será procurada para tomar providências em relação ao caso.

O senador Humberto Costa (PT-PE) declarou que o áudio divulgado pelo jornal é "uma prova incontestável de que há tráfico de influência no governo".

O senador e líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chamou o caso de "escândalo de corrupção".

"A educação do país foi sucateada para que o Ministro da Educação atendesse apadrinhados com DINHEIRO PÚBLICO do MEC. Favorecimento ilícito que fere gravemente a CF [Constituição Federal]. Em qualquer país decente cai o ministro junto com o presidente!"

Kim Kataguiri, deputado federal e membro do MBL (Movimento Brasil Livre), lamentou o áudio e que a educação brasileira esteja "entregue na mão dessas pessoas".

O PSOL também criticou o áudio e informou que sua bancada na Câmara dos Deputados protocolará ainda hoje uma representação no TCU (Tribunal de Contas da União) e no MPF (Ministério Público Federal), junto à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. A ação será contra Bolsonaro, Milton Ribeiro e os dois pastores citados na reportagem.

O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) disse hoje, em entrevista ao UOL News, que também acionará a PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ministro da Educação por provável crime de improbidade e tráfico de influência.

Para Vieira, Milton Ribeiro nunca deveria ter entrado no MEC: "Esse ministro nunca tinha que ter entrado, mas, considerando o histórico do Bolsonaro, o mais provável é que ele receba uma medalha. A gente chegou nesse nível de cinismo. É preciso alertar as pessoas. Isso é caso de demissão e, depois de um processo, é caso de cadeia."