Temer defende que próximo presidente 'reconstrua' o Brasil
O ex-presidente Michel Temer defendeu hoje que o próximo presidente da República junte os partidos de situação e oposição e faça o processo de reconstrução do Brasil. A declaração foi feita em Dubai, onde participou do Global Business Forum Latin América, evento da Expo.
"A chamada terceira via é uma homenagem não ao candidato, mas ao eleitorado. Meu objetivo é a pacificação do país. A reorganização do país. O presidente da República, logo depois de ser eleito, precisa fazer uma mensagem pela paz no Brasil. Juntar os partidos da situação e oposição, os chefes de poderes, os governadores e entidades civis para fazer um grande pacto nacional para reconstruir o Brasil. Não olhar para o retrovisor, mas olhar para a frente", disse Temer.
No início do mês, Temer chegou a dizer que uma aliança eleitoral entre seu partido, o PSDB e União Brasil "é a melhor solução contra a polarização" nas eleições deste ano, segundo a revista Veja. Temer defende a união entre as siglas para encontrar um nome capaz de competir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparecem à frente em pesquisas de intenção de voto feitas por diferentes institutos de pesquisa.
"Creio que essa [a união entre os partidos] é mesmo a melhor solução contra a polarização", disse Temer, segundo a revista.
Conforme mostrou reportagem do UOL no mês passado, Temer tem se esforçado nos bastidores do MDB para fortalecer a candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à presidência da República. A intenção seria cacifar a parlamentar para valorizar o passe da legenda para um eventual segundo turno das eleições.
Para isso, o ex-presidente tentou fechar uma federação entre o MDB e o União Brasil, em detrimento de outros caciques da legenda, como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-senador José Sarney, que tentam levar o partido declarar apoio à candidatura de Lula.
No fim de fevereiro, no entanto, o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, comunicou aos diretórios estaduais, senadores e deputados federais que o partido não fará nenhuma federação partidária para as eleições de 2022.
Mas a sigla deverá manter o diálogo com Luciano Bivar, presidente do União Brasil (que não tem nenhum nome colocado para a disputa pela Presidência da República), e com Bruno Araújo, presidente do PSDB, a fim de unificar uma candidatura ao Palácio do Planalto em torno de Tebet.
Temer declarou ter votado em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, quando o atual mandatário disputou a Presidência com Fernando Haddad (PT).
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