Gabriel Monteiro quis 'morador de rua em estado precário' pra vídeo, diz TV
Em conversa com um funcionário, o vereador da cidade do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (sem partido) pede um garoto "morador de rua" que seja "cabeludo, em estado precário, pra gente conseguir mudar a estética dele". As mensagens foram divulgadas hoje pelo portal G1.
Monteiro é investigado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro por denúncias de assédio moral, sexual e agressões físicas reveladas pela TV Globo. Ele também é acusado de manipular e forjar vídeos de suas redes sociais.
Na nova conversa, o funcionário diz a Gabriel Monteiro que marcou um compromisso com uma "família pobre".
"Bom dia, Gabriel, marquei de 13h estar indo na família pobre para mandar fotos da criança pobre para a gravação que você pediu", escreveu o funcionário.
Ao que o vereador responde logo depois: "tem que ser morador de rua". O garoto. Cabeludo, em estado precário, pra gente conseguir mudar a estética dele", concluiu Gabriel Monteiro. O UOL tenta localizar a assessoria de imprensa do vereador.
Em nota ao G1, Monteiro disse que a conversa pretendia "encontrar pessoa carente a ser ajudada".
"Faz parte do nosso trabalho mudar a realidade de vida de pessoas que perderam a esperança. Neste caso concreto queríamos mudar o quadro de vida de um morador de rua, dando assistência e posteriormente arranjar um trabalho pura ele. Todo gasto é custeado por mim, o emprego é conseguido por nós é toda assistência necessária para o sem-teto", escreveu a assessoria do vereador.
Ontem, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Twitter Brasil retirasse do ar um vídeo em que o vereador faz sexo com uma adolescente de 15 anos.
A juíza Claudia Leonor Jourdan Gomes Bobsin, do Cartório da 1ª Vara da Infância e da Juventude da capital fluminense, atendeu a um pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) para que o material seja removido da rede social.
O Twitter Brasil estaria submetido a uma multa diária de R$ 30 mil caso descumprisse a decisão.
A Câmara de Vereadores analisa outro vídeo do parlamentar em que um funcionário de Monteiro aparece orientando uma pessoa supostamente em situação de rua a furtar a bolsa de uma mulher na capital do Rio de Janeiro. Quando o sem-teto concorda em cometer o crime, sob o pretexto de que seria pago por isso, o vereador aparece para confrontá-lo.
Nessa ocasião, ele disse, em nota, que "são experimentos sociais, um quadro difundido mundialmente em inúmeros canais na internet. Visando desconstruir pensamentos e ideias preconceituosas, propomos uma situação em que as pessoas são testadas".
O Conselho de Ética, no entanto, adiou a análise de um dos casos do vereador, que agradeceu aos colegas pela atitude. Uma nova reunião dos vereadores do grupo está marcada para a terça-feira (5).
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