Marta Suplicy: 'Fiquei surpresa, mas achei correto Lula defender o aborto'
Marta Suplicy, secretária municipal de relações internacionais de São Paulo, defendeu as declarações recentes de Lula (PT) sobre aborto. Ela participou do UOL Entrevista, com Fabíola Cidral, Josias de Souza e Leonardo Sakamoto, e elogiou a postura do petista, que disse que "todo mundo precisa ter direito a interromper a gravidez".
"O aborto é um tema que vai ser discutido e ninguém gosta de discutir, porque é polêmico. Fiquei surpresa, mas achei correto o posicionamento, principalmente quando ele diz que é um caso de política pública", argumentou Marta.
A ex-prefeita de São Paulo é sexóloga, já atendeu mulheres em consultório e disse que, quando elas resolvem fazer aborto, praticam o procedimento de qualquer forma, mesmo correndo risco de vida.
"Eu aprendi que, quando uma mulher, não importa a classe social, resolve que vai fazer aborto, sai da frente, porque ela faz. Se ela é pobre, ela faz na esquina, com agulha, ou faz como pode. Só vejo esse problema aumentar e ninguém tem atitude de descriminalizar e legalizar", apontou Marta.
Marta só hesitou quando foi questionada se esse é o momento adequado para tratar do assunto, por causa da eleição presidencial. Ela criticou Lula por falar excessivamente com a "bolha", ou seja, o eleitorado que já está convencido a votar nele.
"Gosto do Lula ter tomado posição, mas o problema não é a questão do aborto hoje. O problema hoje é como vamos ganhar essa eleição de forma que tenhamos um ganho com a amplitude maior. Algumas falas propiciam ao autoritarismo fazer maiores badernas. O Lula é amplo, sempre governou com amplitude. Então tenho críticas, porque ele poderia ter um gesto de ampliação. Parece que ele está falando de forma isolada, para dentro, para uma bolha", criticou Marta.
Relação com o PT
Marta deixou claro que defende a candidatura de Lula na eleição presidencial de 2022, mas sugeriu que o ex-presidente busque mais apoio em outros partidos - citou principalmente o PSD, de Gilberto Kassab.
"Formar uma frente ampla não é esperar que venham até você. Lula tem que conversar com terceira via, tem que chamar e ver o que tem de acordo, para fazer acordo e poder governar junto. Se não, não tem governabilidade. Precisa falar e buscar ter ações com MDB, Kassab, União e todos partidos, porque são democratas", pediu Marta.
Futuro da Marta
A ex-prefeita também disse que não pretende disputar eleições e nem projeta a possibilidade de virar ministra em um eventual governo Lula. Não tenho mais vontade de disputar eleição. Aqui na prefeitura consigo fazer um trabalho antirracismo na educação, que tem que começar com a criança pequena", destacou ela.
Marta virou secretária quando Bruno Covas foi eleita e continuou mesmo após a posse de Ricardo Nunes (MDB). Ela disse que o prefeito pensa diferente de Covas no âmbito nacional, mas ressaltou que isso não é um problema.
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