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Forças Armadas reservaram R$ 546 mil para comprar botox entre 2018 e 2020

Toxina botulínica, conhecida como botox, pode ter fins estéticos ou ajudar em outros tipos de tratamentos - Rafael Andrade/Folhapress
Toxina botulínica, conhecida como botox, pode ter fins estéticos ou ajudar em outros tipos de tratamentos Imagem: Rafael Andrade/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

13/04/2022 15h36Atualizada em 13/04/2022 20h03

O painel de compras do Governo Federal aponta que entre 2018 e 2020 foram reservados R$ 546 mil para a compra de toxina botulínica, o botox, para os militares. Já em 2021 e 2022, foram 17 frascos comprados, sendo 8 em 2021 e 9 neste ano. Nesta semana, o UOL divulgou que as Forças Armadas realizaram compras de viagra e próteses penianas recentemente.

Em 2018, o presidente do Brasil era Michel Temer (MDB). Jair Bolsonaro (PL) assumiu a partir de 2019

O botox tem seu principal uso em tratamentos estéticos, mas pode servir também como um relaxante muscular e ser parte do tratamento de outras doenças neurológicas e oftalmológicas.

De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército, a toxina botulínica, conhecida comercialmente como Botox ou Dysport, é administrada para algumas patologias neurológicas como distonia, doença de Parkinson, espasmo miofacial, espasticidade, enxaqueca crônica e neralgia do trigêmeo, além de queixas odontológicas como distúrbio da articulação temporomandibular (ATM). A instituição ressaltou que não realiza compras desse material para fins estéticos.

Em nota, o Ministério da Defesa explicou que o Hospital das Forças Armadas (HFA) não adquire a toxina botulínica para fins estéticos.

"A substância é largamente utilizada em tratamentos para estrabismo, acalasia, dor pélvica, espasmos musculares, espasticidade, hiperatividade da bexiga, hiperhidrose, além de outras doenças neurológicas. Cabe destacar que a substância também é utilizada no Sistema Único de Saúde (SUS), no atendimento à população brasileira, em geral, conforme orientação médica", explicou a Defesa.

Outras compras polêmicas

Nos últimos dias, as Forças Armadas estiveram em meio à descoberta de controversos gastos, depois da autorização para a compra de comprimidos de viagra, remédios para calvície e até mesmo próteses penianas.

Deputados da oposição reagiram. Marcelo Freixo e Elias Vaz pediram investigação no Ministério Público Federal. Bira do Pindaré está recolhendo assinaturas para a instalação de uma CPI para investigar as compras suspeitas. Os três deputados são do PSB.

Exército nega compra de 60 próteses e diz que número é menor

Em nota do Centro de Comunicação Social do Exército, a instituição afirmou que em 2021 comprou três próteses penianas e não 60, como afirmam os parlamentares.

"O Exército esclarece que foram adquiridas apenas três próteses penianas pelo Exército Brasileiro, em 2021, para cirurgias de usuários do Fundo de Saúde do Exército e não 60, conforme foi divulgado por alguns veículos de imprensa"

A instituição também afirmou que "é atribuição do Sistema de Saúde do Exército atender a pacientes do sexo masculino vítimas de diversos tipos de enfermidades que possam requerer a cirurgia para implantação da prótese citada".