Motociata de Bolsonaro em São Paulo reúne 44% motos a menos do que em 2021
A motociata liderada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu nesta sexta-feira (15) um total 3.703 motos, segundo registros de pedágio enviados pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e a SLT (Secretaria de Logística e Transportes).
Em comparação com a primeira edição em São Paulo, em 12 de junho de 2021, houve uma queda de 44% no número de participantes, quando 6.661 veículos acompanharam Bolsonaro na capital paulista.
A concessionária CCR Autoban registrou a passagem das 3.703 motocicletas nas praças de pedágio localizadas em Campo Limpo, Itupeva e Sumaré.
O evento chamado de Acelera para Cristo —que teve início perto do sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital, e foi finalizado na cidade de Americana— bloqueou a rodovia dos Bandeirantes por cinco horas. A via foi totalmente liberada após as 13h.
Os dados foram coletados nas praças de pedágio da AutoBAn, através do Sistema MIP (Monitoramento de Informações de Pedágio).
Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro puxaram a hashtag #MaiorMotociataDoMundo no Twitter, também utilizada na motociata de junho de 2021. Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) escreveu na rede social: "o que vão inventar agora para diminuir a maior motociata de um político da história mundial provavelmente?"
O dono da Havan, Luciano Hang, disse que a motociata de Bolsonaro garantiria vitória no primeiro turno, em alusão às disputas presidenciais de outubro.
Em 2021, apoiadores de Bolsonaro declararam que a motociata em São Paulo tinha reunido 1,3 milhão de motos e estava registrada no Guinness World Records, o livro dos recordes, informação desmentida pelo próprio Guinness.
Motociata é campanha eleitoral antecipada, dizem especialistas
Marcada por críticas ao acordo entre WhatsApp e TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a participação de Jair Bolsonaro na motociata desta sexta é vista como campanha eleitoral antecipada, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.
"Trata-se de um passeio do presidente com seus apoiadores e com evidente manifestação política por palavras e ações. O evento não se confunde com um ato de governo, já que a motociata não faz parte de nenhuma política pública e muito menos representa um desfile cívico", afirmou Renato Ribeiro de Almeida, doutor em direito pela USP (Universidade de São Paulo).
"Como uma motociata é algo que pode ser realizada em uma campanha, ela não é ilegal de antemão. É necessário verificar o que ocorreu durante o evento. Se houve pedidos para que se vote em A ou para que não se vote em B, aí vira um evento eleitoral", acrescentou Fernando Neisser, doutor em direito penal pela USP.
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