Com Lula e bolsonaristas, 1º de Maio em SP antecipa disputa eleitoral
Os atos de 1º de Maio reunirão os dois principais polos eleitorais a uma distância de poucos quilômetros na região central da cidade de São Paulo. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa do tradicional ato das centrais sindicais no Pacaembu, bolsonaristas planejam manifestação na avenida Paulista.
A data, que celebra o Dia do Trabalho, tradicionalmente comemorada no Brasil pelas centrais sindicais e pela esquerda, também tem sido reivindicada por grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Separados por 3 km, em horários distintos, os atos prometem antecipar o clima de disputa eleitoral.
Dia do Trabalho em apoio a Lula
O tradicional ato das centrais sindicais ocorrerá este ano na praça Charles Miller, à frente do estádio do Pacaembu, na zona oeste paulistana, a partir das 10h.
O evento, organizado pela Força Sindical em parceria com CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), também deverá ser um grande ato de apoio a Lula.
Em evento no meio de abril, o petista ganhou a benção de quase todas as centrais sindicais do país, com quem se comprometeu a criar uma nova legislação trabalhista e a revogar outras medidas de governos anteriores, como o teto de gastos, caso seja eleito.
Além do ex-presidente, estarão presentes a deputada Gleisi Hoffman (PT-PR), presidente do partido, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), presidente de honra da Força Sindical, Guilherme Boulos (PSOL), o deputado Orlando Silva (PCdoB) e integrantes da campanha petista, entre outras lideranças de esquerda.
A presença do ex-prefeito Fernando Hadad (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo, não foi confirmada, mas é esperada. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Lula, não deverá comparecer.
Além do ato político, deverão participar também os artistas Daniela Mercury, KL Jay, a ex-deputada e sambista Leci Brandão (PCdoB) e a banda Francisco El Hombre. De acordo com a SMUL (Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento), o evento tem autorização para até 14 mil pessoas.
Bolsonaristas na Paulista
A menos de 3 km dali, grupos bolsonaristas marcaram ato próprio para as 14h na avenida Paulista. Organizado por grupos independentes, como o Nas Ruas, o ato é parte de um movimento de apoiadores do presidente Bolsonaro para tentar ligar a data às "pautas da direita".
Neste sábado, durante visita a uma feira agropecuária em Uberaba (MG), Bolsonaro chamou apoiadores para participar dos atos previstos para domingo. (Assista abaixo)
[Quero] dizer a todos vocês que, porventura, irão às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo, que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição e dizer que não abrimos mão da nossa liberdade. (...) Amanhã não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós.
Jair Bolsonaro, em Uberaba (MG)
Ainda não está claro se os grupos têm autorização ou não para fazer a manifestação em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo). Segundo a SMUL, nenhum grupo entrou em contato com análise de permissão. A prefeitura, no entanto, não esclareceu ao UOL se tentará impedir o evento.
Mas o ato está sendo amplamente divulgado nas redes sociais e aplicativos de mensagens, inclusive por parlamentares. Além dos grupos, já confirmaram presença os deputados bolsonaristas Carla Zambelli (PL-SP) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), entre outros apoiadores.
Zambelli divulgou que o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) também deverá ir, mas a informação não foi confirmada pela reportagem.
Também havia expectativa de que o presidente Bolsonaro participasse do ato, como já fez em outras ocasiões, mas a informação não foi confirmada pelo Planalto nem consta na agenda presidencial. Se ele não for, os organizadores esperam que mande um vídeo, como também já fez.
O ex-ministro Tarcísio Freitas (Republicanos), candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, também foi convidado mas não deverá comparecer.
A reportagem procurou ainda a SSP (Secretaria de Segurança Pública) para saber se foi destacado um contingente da Polícia Militar para acompanhar o ato não registrado na prefeitura, mas não teve resposta até o fechamento.
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