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Lula: Bolsonaro deveria ir à cadeia dar indulto a quem merece, não a amigo

Do UOL, no Rio

30/04/2022 13h59

Em um evento realizado na manhã deste sábado (30), em Brasilândia, na capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Planalto, criticou a medida tomada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).

Lula afirmou que Bolsonaro preferiu dar o benefício a um amigo em vez de conceder a quem merece. "Está cheio de meninos de 17, 18, 20 anos que foram presos e nem se sabe o crime que cometeram. Eles nem têm um advogado porque não podem pagar. Em vez de visitar uma cadeia e dar indulto a quem merece, ele (Bolsonaro) resolveu dar indulto a um amigo seu que tinha cometido a barbaridade de ofender a Suprema Corte".

Bolsonaro concedeu o indulto a Silveira um dia após a condenação a oito anos e nove meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por ameaças aos ministros da Corte e à democracia.

Neste sábado, o ex-presidente Lula não poupou críticas a Bolsonaro, a quem chamou de "Zé Ninguém":

"O Brasil tem que ter um presidente que converse com os Estados Unidos, que converse com a China, com a Bolívia, com a Argentina, que converse com o mundo inteiro. Nós temos um Zé Ninguém, que conversa com ninguém, que só sabe levantar 5h da manhã para contar mentiras".

"Não gosta de gente, gosta de policial"

Em clima de campanha, Lula afirmou ainda que o atual presidente "não tem sentimento" e ressaltou a importância do voto para tirá-lo do poder nas eleições deste ano:

"Na verdade, esse homem (Bolsonaro) não tem sentimento. E vocês podem ter certeza: o maior gesto de vocês, o gesto mais importante que podem ter com a vida de vocês é restabelecer a democracia neste país no dia 2 de outubro mandando esse cidadão viver com os filhos dele onde quiser e deixar o Brasil ser governado por alguém democrata".

Em outro momento do discurso, Lula seguiu na mesma linha ao afirmar que Bolsonaro não se sensibilizou com as vítimas da covid-19 no país e, numa gafe, disse que o presidente "não gosta de gente, gosta de policial":

"Hoje, nós temos um presidente que não derramou uma lágrima por 650 mil pessoas que morreram por causa da covid. Não derramou uma lágrima na catástrofe que houve em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Ele não tem sentimento, ele não gosta de gente, ele gosta de policial. Ele não gosta de livro, ou estaria distribuindo nas escolas. Ele gosta de arma. Ele gosta de distribuir armas, de abrir escolas de tiro ao alvo. Ele gosta de facilitar o consumo de rifles e de pistolas. Quando na verdade o povo brasileiro não está precisando de armas, está precisando de paz. Está precisando de livro, de escola, de viver um clima de amor, de harmonia, de afeto".

"Voto é ato revolucionário"

Voltando a se referir às eleições deste ano, Lula afirmou que o voto é um "ato revolucionário":

"Nós precisamos saber que o nosso voto não é pouca coisa. O nosso voto é um ato revolucionário. Quando eu estou votando, estou decidindo se vou colocar mais uma galinha ou um galo para tomar conta do galinheiro, ou eu vou colocar uma raposa dentro do galinheiro. Se eu colocar uma raposa, vou saber que, quando eu acordar, a raposa comeu as minhas galinhas".

O evento deste sábado reuniu mulheres para discutir o custo de vida no país. Também estiveram presentes outros petistas como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a presidente nacional do partido e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann.