Bolsonaro ironiza fala de Lula sobre polícia e rebate crítica por inflação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou hoje o seu principal adversário na disputa eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com base em um comentário feito pelo petista em referência a policiais (a declaração repercutiu negativamente, e Lula pediu desculpas).
"Um cara de nove dedos falou que eu não gosto de gente, que só gosto de polícia", afirmou Bolsonaro, em tom de deboche, a apoiadores que o aguardavam na entrada do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Em 30 de abril, na véspera das comemorações do Dia do Trabalhador, Lula disse que Bolsonaro "não gosta de gente, ele gosta de policial". Categorias da segurança pública —que formam parte relevante da base de apoio ao atual presidente e pré-candidato à reeleição— reprovaram o comentário.
Lula buscou se retratar ontem em discurso ao lado de lideranças sindicais e políticas. "Quero aproveitar e pedir desculpa aos policiais desse país, porque, muitas vezes, cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. Temos que tratá-los como trabalhadores nesse país."
Resolvi pedir desculpas junto a vocês porque, nesse país, não é habitual pedir desculpa. Eu, por exemplo, estou esperando que as pessoas que me acusaram o tempo inteiro peçam desculpas."
Luiz Inácio Lula da Silva
No Alvorada, hoje, Bolsonaro também tentou tirar sarro dos atos petistas realizados ontem em alusão ao feriado de 1º de maio. "O cheiro de mortadela estava na televisão."
O atual governante também rebateu críticas feitas por Lula. O tema: as consequências da inflação no país, que tem provocado alta dos preços e corroído o poder de consumo.
"[É uma] cara de pau dele me culpar pela inflação. A inflação vem do 'fica em casa' e a economia a gente vê depois", disse Bolsonaro, relembrando o período de isolamento social durante a pandemia da covid-19.
Alvo de críticas de autoridades de saúde quanto ao combate da pandemia, o governo Bolsonaro foi alvo da CPI da Covid no ano passado. O Brasil registrou mais de 663 mil mortes em decorrência do novo coronavírus.
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