WhatsApp não fixa data para liberação de megagrupos; MPF deve pressionar
O WhatsApp informou ao MPF (Ministério Público Federal) que não tem data definida para o lançamento da ferramenta "comunidades", mas reafirma que será após as eleições. A resposta foi considerada vaga por investigadores, que, segundo o UOL apurou, devem enviar novos ofícios à plataforma após a Procuradoria sugerir a liberação do recurso somente em 2023.
A ferramenta "comunidades" funcionaria como uma espécie de "guarda-chuva", abrangendo diversos grupos sobre o mesmo tema. O recurso chamou a atenção de autoridades brasileiras, que temem o avanço do compartilhamento de fake news.
Em abril, o MPF enviou um ofício ao WhatsApp questionando sobre a possibilidade de adiar a ferramenta para 2023, "considerando os riscos que um aumento de viralização de conteúdos potencialmente desinformativos pode trazer para os direitos fundamentais de participação política dos cidadãos assim como a integridade das instituições democráticas nacionais".
A Procuradoria citou o episódio de invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, que ocorreu após as eleições, mas antes da posse presidencial de Joe Biden.
Em resposta enviada no último dia 13 de maio, o WhatsApp manteve a resposta de que a ferramente "comunidades" será lançada depois das eleições, mas não confirmou uma data.
"Ao longo dos próximos meses, a empresa continuará a desenvolver as comunidades para ajudar as pessoas a se conectarem de maneira privada e segura. O WhatsApp seguirá avaliando de maneira cuidadosa e criteriosa o melhor momento para o lançamento no país", disse a empresa, em resposta enviada ao MPF e obtida pelo UOL.
A resposta vaga da plataforma acendeu um alerta no MPF, que deve enviar um novo ofício questionando novamente sobre o lançamento do recurso. A Procuradoria prevê questionar os critérios que guiarão a decisão da plataforma sobre a liberação do "comunidades".
Procurado pelo UOL, o WhatsApp afirmou que a funcionalidade só será implementada após o segundo turno, "em data a ser definida".
"No Brasil, conforme já divulgado publicamente, e considerando sua estratégia de longo prazo e o desenvolvimento da ferramenta, a empresa decidiu implementar essa funcionalidade somente após eventual segundo turno das eleições de 2022, em data a ser definida", disse o WhatsApp.
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