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Randolfe pede convocação de ministro da Defesa para explicar ofício ao TSE

7.jul.2021 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) durante sessão da CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado
7.jul.2021 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) durante sessão da CPI da Covid Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Do UOL, em Brasília

11/06/2022 17h39

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou neste sábado (11) um pedido na Comissão de Assuntos Exteriores e Defesa Nacional da Câmara para a convocação do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para explicar o ofício enviado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No documento, Nogueira disse que os militares não se sentem "prestigiados" pela Corte Eleitoral.

"Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE [Comissão de Transparência das Eleições]", diz um trecho do documento enviado por Nogueira.

O ofício diz ainda que aos militares "não interessa" concluir o processo eleitoral sob a "desconfiança dos eleitores". "Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de respeito aos eleitores", disse o ministro da Defesa.

Segundo Randolfe, as declarações representam um "ataque à democracia" e que o governo está politizando as Forças Armadas.

"Não podemos admitir a institucionalização de fake news em um momento tão crítico como este que o Brasil enfrenta. Questionar a lisura das eleições é um movimento político para tentar manipular a opinião do povo brasileiro e fragilizar a imagem dos poderes. O senhor ministro precisa esclarecer e provar essas alegações infundadas", disse o senador.

Recentemente, o presidente do TSE afirmou que quem trata das eleições no Brasil são as "forças desarmadas" e que a Justiça Eleitoral não aceitará intervenções no processo eleitoral. A declaração de Fachin aconteceu em meio à escalada dos ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas.

No mesmo dia, Fachin afirmou que quem põe em dúvida o processo eleitoral é porque "não confia na democracia". Segundo o magistrado, "quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral". A fala foi dias após o TSE afirmar, em resposta a Bolsonaro, que não há uma "sala escura" para apuração da eleição, e de negar sugestões das Forças Armadas ao processo eleitoral.

Na terça (7), Bolsonaro afirmou que ele e as Forças Armadas "não farão papel de idiota", em resposta a uma declaração do ministro Edson Fachin, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que disse que as eleições são assunto para "forças desarmadas".

"As Forças Armadas descobrem centenas de vulnerabilidades [nas urnas], apresentam nove sugestões, não gostaram. Eleição é coisa para forças desarmadas. Convidaram eles para que, ora bola? Para fazer papel de quê? Eu que sou chefe das Forças Armadas. Nós não vamos fazer o papel de idiotas. Eu tenho a obrigação de agir. Tenho jogado dentro das quatro linhas, não acho uma só palavra minha, gesto ou ato fora da constituição", disse Bolsonaro.