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Ministro da Defesa diz ao TSE que militares não se sentem 'prestigiados'

Ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Oliveira - Reprodução/TV Câmara
Ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Oliveira Imagem: Reprodução/TV Câmara

Do UOL, em São Paulo

10/06/2022 18h21

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou hoje um ofício ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) dizendo que "as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas" para integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições). O documento encaminhado ao ministro Edson Fachin trata das sugestões feitas pelo Exército ao processo eleitoral.

"Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE [Comissão de Transparência das Eleições]", diz um trecho do documento.

Recentemente, o presidente do TSE afirmou que quem trata das eleições no Brasil são as "forças desarmadas" e que a Justiça Eleitoral não aceitará intervenções no processo eleitoral. A declaração de Fachin aconteceu em meio à escalada dos ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas.

No mesmo dia, Fachin afirmou que quem põe em dúvida o processo eleitoral é porque "não confia na democracia". Segundo o magistrado, "quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral". A fala foi dias após o TSE afirmar, em resposta a Bolsonaro, que não há uma "sala escura" para apuração da eleição, e de negar sugestões das Forças Armadas ao processo eleitoral.

De acordo com o chefe da Defesa, até o momento, não foi possível realizar discussões técnicas a cerca de nenhuma das sete sugestões apresentadas ao TSE. Isso porque, segundo ele, a Corte Eleitoral sinalizou que "não pretende" fazê-lo.

Neste ponto, assinalo que as divergências que ainda persistam podem ser dirimidas com a pretendida discussão entre as equipes técnicas
Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira

O general também ressaltou "que a colaboração das Forças Armadas com a Corte Eleitoral não é de agora", e que já prestam suporte logístico e de segurança, que permitem a realização do pleito. Segundo argumenta o ministro no ofício, o único objetivo das sugestões é " proteger o processo eleitoral e fortalecer a democracia".

O documento é finalizado dizendo que aos militares "não interessa" concluir o processo eleitoral sob a "desconfiança dos eleitores": "Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de respeito aos eleitores", disse.

A pressão segue a linha das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que questiona a confiabilidade das urnas eletrônicas e a atuação do TSE durante as eleições.