Ministro da Defesa diz ao TSE que militares não se sentem 'prestigiados'
O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou hoje um ofício ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) dizendo que "as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas" para integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições). O documento encaminhado ao ministro Edson Fachin trata das sugestões feitas pelo Exército ao processo eleitoral.
"Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE [Comissão de Transparência das Eleições]", diz um trecho do documento.
Recentemente, o presidente do TSE afirmou que quem trata das eleições no Brasil são as "forças desarmadas" e que a Justiça Eleitoral não aceitará intervenções no processo eleitoral. A declaração de Fachin aconteceu em meio à escalada dos ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas.
No mesmo dia, Fachin afirmou que quem põe em dúvida o processo eleitoral é porque "não confia na democracia". Segundo o magistrado, "quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral". A fala foi dias após o TSE afirmar, em resposta a Bolsonaro, que não há uma "sala escura" para apuração da eleição, e de negar sugestões das Forças Armadas ao processo eleitoral.
De acordo com o chefe da Defesa, até o momento, não foi possível realizar discussões técnicas a cerca de nenhuma das sete sugestões apresentadas ao TSE. Isso porque, segundo ele, a Corte Eleitoral sinalizou que "não pretende" fazê-lo.
Neste ponto, assinalo que as divergências que ainda persistam podem ser dirimidas com a pretendida discussão entre as equipes técnicas
Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira
O general também ressaltou "que a colaboração das Forças Armadas com a Corte Eleitoral não é de agora", e que já prestam suporte logístico e de segurança, que permitem a realização do pleito. Segundo argumenta o ministro no ofício, o único objetivo das sugestões é " proteger o processo eleitoral e fortalecer a democracia".
O documento é finalizado dizendo que aos militares "não interessa" concluir o processo eleitoral sob a "desconfiança dos eleitores": "Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de respeito aos eleitores", disse.
A pressão segue a linha das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que questiona a confiabilidade das urnas eletrônicas e a atuação do TSE durante as eleições.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.