Doria diz que não vai abandonar política, mas volta ao setor privado
O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou hoje que voltará a trabalhar no setor privado após desistir de ser candidato à Presidência da República.
Durante evento com jornalistas e políticos em um hotel em São Paulo, o também ex-prefeito da capital afirmou que continuará filiado ao PSDB e, por enquanto, irá atuar como conselheiro no grupo empresarial Lide, do qual é um dos fundadores.
Não vou sair do Brasil, continuarei aqui. Voltando ao setor privado de onde vim. A partir de agora, retorno para minha vida privada."
João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo
"Por enquanto, sigo na iniciativa privada. Mas não significa para sempre. Continuo filiado ao PSDB", disse à reportagem ao final do evento.
Doria afirmou que o trabalho no grupo Lide não será remunerado. "Recebi o convite ao lado de Henrique Meirelles [ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo]. A partir de primeiro de julho, sem nenhuma função executiva e sem nenhuma remuneração também."
Doria venceu as prévias do PSDB no fim do ano passado e renunciou ao governo de São Paulo em março deste ano para disputar a Presidência da República pela aliança dos tucanos com MDB e Cidadania.
Logo após as prévias, Doria conviveu com a sombra do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), segundo colocado nas eleições internas do partido. Leite tentou minar a candidatura de Doria dentro da aliança do PSDB com Cidadania e MDB, para colocar seu próprio nome de volta ao pleito.
O desgaste com Leite foi interpretado como um sintoma do isolamento de Doria dentro do próprio PSDB, onde o ex-governador paulista enfrentou embates com alas relevantes do partido e viu seu nome cada vez mais criticado internamente. O grupo contrário a Doria conta com tucanos históricos como o deputado federal Aécio Neves (MG) e o ex-senador José Aníbal (SP).
Hoje, Doria ressaltou ter enfrentado "oposição bastante substantiva inclusive dentro do meu partido".
Em certo momento, chegou a brigar publicamente com o próprio presidente do partido, Bruno Araujo (PSDB), um antigo aliado e ex-coordenador de sua campanha.
Em maio, quando o próprio PSDB estava perto de anunciar o apoio ao nome da senadora Simone Tebet (MDB) para ser a candidata da aliança, Doria desistiu definitivamente de concorrer nas eleições deste ano.
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