Deputado bolsonarista paga R$ 66 mil a Felipe Neto após postar fake news
O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) efetuou o pagamento de R$ 66.269,30 devido a Felipe Neto, após ser condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a indenizar o youtuber por danos morais. Ele associou o influenciador ao massacre que aconteceu em uma escola pública em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, em 2019.
Por meio de seu perfil no Twitter, Felipe Neto celebrou o pagamento e informou que, quando o valor for liberado pela Justiça, será doado ao Instituto Marielle Franco e ao movimento Ocupa Sapatão. Além disso, o youtuber ressaltou que o parlamentar ainda deve se retratar publicamente.
"Hoje é um grande dia. O deputado bolsonarista Carlos Jordy fez o pagamento em juízo da indenização que me devia. Assim que a Justiça liberar, os R$ 66 mil dele irão para o Instituto Marielle Franco e o movimento Ocupa Sapatão. Ainda falta ele se retratar publicamente", escreveu.
Entenda
Em agosto do ano passado, a 13º Câmara Cível do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) decidiu, por unanimidade, manter a sentença que condenou Carlos Jordy a indenizar Felipe Neto, após o deputado bolsonarista associar o youtuber à tragédia de Suzano, quando uma dupla de atiradores invadiu a Escola Pofessor Raul Brasil, matou duas funcionárias e cinco estudantes da instituição em 2019.
"Quando digo que pais não devem deixar os filhos assistirem vídeos do Felipe Neto, não é brincadeira. Em 2016, ele fez vídeo ensinando a entrarem em sites da deepweb. Agora descobriram que os assassinos de Suzano pegaram as informações para o massacre num dos sites após assistirem ao vídeo", publicou Jordy em abril de 2019 no Twitter. Posteriormente, ele deletou a postagem.
Inicialmente, o parlamentar foi condenado a indenizar o youtuber no valor de R$ 35 mil, porém, com os juros, correção e honorários advocatícios, o débito subiu para R$ 66.269,30. A Justiça também determinou que o bolsonarista deve fazer uma retratação pública.
À época, Carlos Jordy recorreu da decisão e alegou que sua fala estava amparada pela imunidade parlamentar, mas seu apelo foi rejeitado.
O UOL entrou em contato com a assessoria de Carlos Jordy e aguarda um posicionamento.
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