Bolsonaro fala por 23 segundos sob vaias e gritos de mito em Caruaru; veja
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido hoje com vaias na festa de São João em Caruaru (PE). Acompanhado pelo ex-ministro do Turismo e pré-candidato ao Senado pelo Estado, Gilson Machado (PL), o mandatário foi breve em seu discurso, que durou 23 segundos: "É uma satisfação muito grande estar no Nordeste", disse. Nesse momento, o público que acompanhava o evento se dividia entre aplausos, palavras de ordem contra o atual governo e em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A festa reuniu cerca de 30 mil pessoas na noite de hoje. O número é menos da metade do contabilizado diariamente desde o início do festejo, em que a Fundação de Cultura do município vinha registrando participação de 60 mil a 90 mil pessoas por noite de evento.
Caruaru, Pernambuco, boa noite. Capital do forró. Uma satisfação muito grande estar no Nordeste acompanhado de um ex-ministro de Pernambuco, o Gilson Machado. A todos vocês: que Deus ilumine cada um. E que Deus abençoe todo o Brasil. Muito obrigado a todos vocês
Jair Bolsonaro, em discurso de 23 segundo em Caruaru (PE)
Em sua fala, Machado lembrou que Bolsonaro tem sido alvo de criticas por comentários considerados xenofóbicos contra o Nordeste, e destacou que o presidente foi o responsável por oficializar o forró como patrimônio cultural do Brasil. O ex-ministro tocou sanfona e acompanhou a banda do evento durante apresentação da música Asa Branca, clássico de Luiz Gonzaga. Durante os primeiros minutos de execução da canção, Bolsonaro segurou as bandeiras do Brasil e de Pernambuco e, em seguida, se retirou do palco.
Motociata em Caruaru
Mais cedo, o chefe do Executivo havia participado de motociata com apoiadores. A ida ao Estado ocorre num momento em que o governo busca se distanciar do caso envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Em sua tradicional live nas redes sociais às quintas-feiras, o presidente da República disse hoje que exagerou ao dizer que colocaria sua "cara no fogo" pelo ex-auxiliar.
"Eu falei lá atrás que botava a cara no fogo por ele, né? Eu exagerei, mas eu boto a mão no fogo pelo Milton. Assim como boto por todos os meus ministros, porque o que eu conheço deles, a vivência, dificilmente alguém vai cometer um ato de corrupção", afirmou.
Na transmissão, Bolsonaro lembrou que o MPF (Ministério Público Federal) se manifestou contra o pedido de prisão feito pela PF (Polícia Federal). "Geralmente o juiz segue [o entendimento do MPF]. Por que foi contra?", questionou.
4 motociadas em junho
A menos de dois meses para o início da campanha eleitoral, a motociata de hoje foi a quarta em que o presidente participou somente neste mês. Antes, ele havia participado de um ato com apoiadores no Amazonas, na semana em que a PF encontrou os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. O mandatário não comentou sobre o caso durante a agenda no Estado.
Outra motociada com participação de Bolsonaro foi realizada no Rio Grande do Norte, em 17 de junho —um dia antes de Lula visitar a capital, Natal. Em 11 de junho, Bolsonaro havia ainda participado de manifestação semelhante na Florida (EUA), após participação na Cúpula das Américas.
MPE deve se manifestar sobre evento de abril
O ministro Alexandre de Moraes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mandou o MPE (Ministério Público Eleitoral) se manifestar numa ação em que o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) pede abertura de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposto uso de dinheiro público para fazer propaganda eleitoral antecipada.
Levantamento feito pelo congressista, a partir de informações do Portal da Transparência da Presidência da República, apontou gasto de R$ 160 mil em passagens e diárias para Bolsonaro participar de uma motociata realizada por apoiadores em São Paulo, em 15 de abril.
Órgão pedirá arquivamento
É praxe que o TSE acolha recomendações do Ministério Público, que pode sugerir o arquivamento ou prosseguimento de ações como a protocolada por Elias Vaz. O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gionet, deve se manifestar pela improcedência do pedido, segundo interlocutores consultados pelo UOL.
Além de Bolsonaro, participaram do ato em abril os ex-ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), o ex-secretário da Pesca Jorge Seif e deputados bolsonaristas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o gasto com policiamento foi de R$ 1 milhão. Cerca de 2.000 policiais militares foram mobilizados para monitorar o trajeto da manifestação.
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