Igreja Presbiteriana isenta Milton Ribeiro após prisão: 'Homem de família'
O Presbitério da Igreja Presbiteriana de Santos, da qual o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro faz parte, divulgou uma nota em que defende o pastor e comparou o caso à passagem bíblica de quando Jesus manteve-se em silêncio ao ser preso e levado a Pôncio Pilatos. No relato, Cristo teria passado por flagelos e zombarias e mesmo assim se mantido em silêncio sob as falsas acusações.
No comunicado, a Igreja ressalta virtudes de Ribeiro e que o caso causou comoção. No entanto, é alegado que pelo fato do ex-ministro não ter sido julgado e condenado, o decreto de sua prisão preventiva não justificaria aplicar uma penalidade.
A Igreja Presbiteriana de Santos ainda orientou os conselhos das igrejas e aos pastores, que "mantenham a ordem e o respeito entre a membresia e usem de bom-senso e de cordialidade no trato dessa questão".
Caso que levou Milton Ribeiro à prisão
Em março, áudio obtido pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que o governo federal priorizou a liberação de recursos a prefeituras indicadas pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura Correia, que não têm cargos oficiais no MEC (Ministério da Educação), mas que atuavam como lobistas na pasta. Ambos são ligados a Ribeiro.
Na gravação, o ex-ministro diz que o privilégio atenderia a solicitação de Bolsonaro, que negou ter orientado o então subordinado a cometer qualquer irregularidade. Após a divulgação do áudio, o prefeito do município de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), disse que o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da cidade, além de um quilo de ouro.
No ano passado, em evento no MEC com os dois pastores citados na reportagem, prefeitos conseguiram a liberação de recursos para novas obras. Um deles, da cidade de Anajatuba (MA), que tem 27 mil habitantes, obteve seis obras empenhadas. De acordo com a reportagem, a prefeitura nem sequer comprou os terrenos.
Hoje, a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou para a Procuradoria-Geral da República um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta participação no escândalo do balcão de negócios do MEC (Ministério da Educação), que levou à prisão o ex-ministro Milton Ribeiro.
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