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'Foi fácil chegar perto do presidente', diz mulher que xingou Bolsonaro

15.jul.2022 - Presidente Jair Bolsonaro (PL) em Juiz de Fora (MG) Imagem: Reprodução/Facebook

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/07/2022 16h54

A mulher que xingou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "corrupto" durante motociata realizada hoje em Juiz de Fora (MG) afirma que se aproximou do mandatário sem nenhuma dificuldade, apesar de um esquema de segurança reforçado, que submeteu apoiadores a revistas e passagem por detector de metais no aeroporto da cidade. A medida é decorrente do ataque a faca sofrido pelo mandatário durante a campanha presidencial em 2018.

"O presidente estava próximo ao prédio onde moro, e eu não tive nenhum tipo de dificuldade para chegar perto dele. Quando estávamos bem próximos, com os braços para baixo, eu gritei e o chamei de corrupto. Em seguida, dois homens me conduziram por alguns metros para fora do local onde a manifestação estava acontecendo", disse ela, que pediu para não ter o nome divulgado, ao UOL. "Estou assustada por causa da repercussão do vídeo, mas confesso que não pretendo parar minha vida por causa disso."

A Prefeitura de Juiz de Fora informou que o Palácio do Planalto dispensou a segurança da guarda municipal. Questionada sobre quais medidas foram tomadas para evitar que manifestantes se aproximassem de Bolsonaro, a Polícia Militar não retornou às tentativas de contato do UOL. Questionado pelo UOL sobre a motivação da retirada da mulher da manifestação, o Palácio do Planalto também não se manifestou.

'Protesto não foi político, mas contra opressão'

Ao UOL, a manifestante afirmou que estava caminhando com o cachorro quando encontrou o presidente Bolsonaro. "Demonstrei a minha insatisfação com a sua política e fui prontamente agredida pelo presidente, que empurrou o meu rosto para trás", disse. "Em nenhum momento, falei palavras de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme alguns veículos têm noticiado. Não sou vinculada a nenhum partido. Só quis expressar o meu sentimento como cidadã", afirmou.

Questionada pelo UOL sobre a suposta agressão de Bolsonaro, a Presidência da República não se manifestou.

Visita em meio a polêmicas: morte no Paraná e transfobia

A viagem ocorre num momento em que o presidente vê seu nome associado a crimes por parte de apoiadores contra adversários políticos. Hoje, a Polícia Civil do Paraná indiciou o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas, mas descartou a motivação política do crime. Ele matou o guarda municipal Marcelo Arruda. Filiado ao PT, ele foi assassinado a tiros por Guaranho enquanto comemorava o aniversário de 50 anos na noite de sábado (9).

Na quarta-feira, em Imperatriz (MA), Bolsonaro afirmou que ele e seus apoiadores querem que "o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda". Hoje, durante viagem a Juiz de Fora (MG), o pré-candidato à reeleição disse entender que a sociedade estaria "cedendo às minorias" e reclamou: "As minorias têm que se adequar".

A declaração de hoje ocorreu em um culto evangélico da igreja Assembleia de Deus em Juiz de Fora —cidade que foi palco do atentado a faca sofrido pelo então candidato a presidente na corrida eleitoral de 2018.

Cercado por pastores, fiéis e apoiadores do governo, Bolsonaro se mostrou confortável para discursar por mais de uma hora, aparentemente sem um roteiro predefinido. O governante abordou diversos temas, entre os quais economia, pandemia da covid-19, críticas ao adversário na eleição —o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)— e considerações sobre a retorno da esquerda ao poder nos países sul-americanos.

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