Jair Renan: 'Quem sabe eu não sou o próximo Elon Musk?'
O filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, afirmou ter vontade de enriquecer e ser o próximo Elon Musk, empresário considerado o homem mais rico do mundo. A declaração foi feita em entrevista à coluna de Rodrigo Rangel no portal Metrópoles.
"Eu pretendo [ficar rico]. Quem sabe eu não viro o próximo? Quem é que estava aqui com meu pai agora mesmo? O Elon Musk, isso? Quem sabe eu não sou o próximo Elon Musk? Tem que pensar alto, né?", disse.
Alvo de investigação da Polícia Federal, Jair Renan também declarou não temer que seus negócios se misturem com a política da família. "Meu foco é totalmente privado", disse. "Não tem nada de governo".
Segundo as investigações da PF, Jair Renan é suspeito de tráfico de influência —ele teria feito a intermediação entre empresários e o governo federal em um projeto de construção de casas populares. O filho de Bolsonaro nega, e disse que outras pessoas usaram o nome dele para ganhos pessoais.
'Wassef é um anjo da guarda'
Questionado na entrevista sobre a relação dele com esses empresários, Jair Renan disse que esse assunto deve ser tratado com Frederick Wassef, advogado da família.
"Eu não vou falar sobre. Se quiser falar sobre esse assunto, fala com meu outro advogado, o Frederick Wassef", respondeu.
Essa investigação, na verdade, é para atingir o meu pai."
Ele contou ter uma relação muito boa com o defensor, e o chamou de "anjo". "O Wassef é o meu advogado preferido", declarou. "Me protege muito bem, protege toda minha família, é incrível. Ele é um anjo da guarda. Ele é durão, mas ele é bem tranquilo".
A palavra também é usada pelo restante da família quando fazem referência a Wassef —tanto que foi o nome da operação, em junho de 2020, que acabou localizando o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Fabrício Queiroz, então foragido, em uma casa do próprio Wassef em Atibaia (SP). Na época, o advogado disse nunca ter falado com o ex-assessor e que não era o "Anjo".
Aproximação com empresa de eletroeletrônicos
Na entrevista, Jair Renan também falou sobre um contrato que teria assinado com a empresa Multilaser, de eletroeletrônicos, que teria se aproximado dele oferecendo um novo computador em troca de divulgação nas redes sociais. Um acionista minoritário da empresa foi cotado para assumir o Ministério da Educação em 2020.
Segundo Jair Renan, o negócio não teria ido em frente por causa de um ex-assessor, Diego Pupe. "Uma vez eu queria dar um upgrade no meu PC", contou.
De acordo com o filho de Bolsonaro, Pupe "simplesmente fez a minha caveira" dele para o dono da empresa, com o objetivo de fechar o negócio em benefício próprio. "Aí ele ganhou e veio falar para mim: 'Eu ganhei um quarto gamer e você não'. Eu fiquei muito bravo na hora, mas respirei fundo e beleza. Ele nem joga videogame", disse ele à coluna, citando personagens de jogos que o ex-empresário não conheceria.
Pupe e Jair Renan romperam no início deste mês. Em entrevista à Veja, o ex-assessor diz estar sofrendo ameaças e que poderia se tornar "a pessoa mais famosa do Brasil" pelo vínculo que tinha com o filho do presidente e o que sabe sobre ele. "Um dia, quem sabe, eu falo", afirmou ele à revista.
Após a publicação deste texto, a Multilaser afirmou ao UOL que não manteve qualquer contato com Jair Renan Bolsonaro ou com Diego Pupe.
'Minha mãe dá porrada'
Jair Renan também voltou a falar que apanha da mãe, Ama Cristina Valle. No começo deste mês, ele já havia revelado as agressões em entrevista, e disse sofrer "terror psicológico" do pai.
"Minha mãe é a questão da vara dentro da Bíblia. Ela dá porrada. Meu pai só briga comigo, fala comigo, né, com palavras duras. Isso não quer dizer que era uma cobrança psicológica, não tinha isso", afirmou.
Ele disse, porém, preferir os castigos físicos do que ouvir o que o pai falava a ele nessas situações.
Meu pai nunca foi de me bater. Ele era mais de falar mesmo, mas o que ele falava eu preferia tomar três surras."
Relação com irmãos e Michelle
O 04 também falou sobre a relação que tem com os irmãos, o senador Flávio (PL-RJ), o deputado Eduardo (PL-SP) e o vereador carioca Carlos (Republicanos-RJ).
"Quando a gente se reúne, cada fica um zoando o outro ali. Nada a ver com política nem nada", descreveu. "Eu trato todos eles como conselheiros. Eles têm mais vivência que eu, então sempre que eu tenho dúvida pergunto para eles."
Ele disse ainda que Carlos aprovou sua mudança de postura nas redes sociais. "Ele me falou que gostou que eu estou postando menos e que estou mais tranquilo agora", contou.
De acordo com a entrevista, a relação fraternal é mais próxima do que a que ele tem com a madrasta, a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
É relação de filho e madrasta. Eu chego e cumprimento ela. Mas eu não quero ficar com ela. Ela não é minha mãe."
Ele disse, porém, que ela não tem ciúme dos filhos que Bolsonaro tem de casamentos anteriores. "Não existe isso", declarou.
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