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Rio: Bolsonaro homenageia PM morto, mas não comenta outras 17 mortes

Do UOL, em São Paulo

21/07/2022 20h12Atualizada em 22/07/2022 09h26

Em transmissão ao vivo hoje à noite, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou homenagem ao cabo da PM (Polícia Militar) Bruno de Paula Costa, morto em operação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que começou nas primeiras horas do dia e resultou em, pelo menos, outras 17 mortes.

Bolsonaro comparou a operação no Rio a um "filme de caubói no passado, quando alguém cometia um crime nos Estados Unidos e fugia. Quando chegava no México, a patrulha americana não podia entrar naquele estado e ele estava em paz no México".

O presidente da República chamou o óbito de Bruno de "um fato lamentável" e disse que o PM foi "vitimado por bandidos".

"A fotografia dele, quando vi aqui até me emocionei, meu colega paraquedista", disse o presidente ao relembrar o tempo na mesma atividade.

Além do cabo, apenas outra vítima tem identidade conhecida até agora: Letícia Salles, de 50 anos, que foi atingida por um tiro dentro de um carro. Ela visitava o namorado no Alemão. A PM informou que está investigando as circunstâncias da morte dela.

A corporação afirmou que 16 dos mortos são suspeitos de crimes, mas a identidade deles não foi divulgada para checagem da informação de forma independente.

A mesma coisa acontece no Rio de Janeiro nessas áreas protegidas pela decisão do Supremo Tribunal Federal e quanto mais protegidos, melhor armados eles vão ficando e quando entra em ação, o lado de cá, o lado da lei, muitas vezes sofre baixas como aqui do paraquedista, cabo de Paula. Então, nossos sentimentos
Jair Bolsonaro sobre operação de hoje no Rio

Cenário de guerra, dizem moradores

Moradores e vizinhos do Complexo do Alemão descreveram os momentos da ação como "um cenário de guerra".

A operação, que deixou ao menos 18 pessoas mortas, apreendeu apenas sete armas —quatro fuzis, uma metralhadora .50 e duas pistolas— e prendeu cinco pessoas. Um suspeito procurado no Pará está entre os detidos. Segundo as polícias, os alvos da operação eram criminosos do Comando Vermelho, que domina o Complexo do Alemão.

A ação policial teve início na madrugada de hoje e durou 12 horas. Ela foi feita com equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) da Polícia Civil.

De acordo com a Polícia Civil, os mortos ainda estão sendo identificados. A assessoria da corporação prevê a divulgação de todas as identificações até a próxima segunda-feira (25).

Especialistas e estudiosos da Segurança Pública classificam como chacina uma ação com três ou mais mortos. A Chacina do Alemão, com os 18 mortos de hoje, acontece dois meses após a Chacina da Vila Cruzeiro, com 24 mortos, e 16 meses após a Chacina do Jacarezinho, a mais letal da história, com 28 mortos.