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Extrema direita da Espanha usa R$ 559 mil em filme contra Lula, diz jornal

Líder do partido ultraconservador Vox, na Espanha, Santiago Abascal veio ao Brasil participar de um evento a convide de Eduardo Bolsonaro (PSL) - Reprodução
Líder do partido ultraconservador Vox, na Espanha, Santiago Abascal veio ao Brasil participar de um evento a convide de Eduardo Bolsonaro (PSL) Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

22/07/2022 08h37Atualizada em 22/07/2022 08h38

O partido espanhol Vox, de extrema direita, usou € 100 mil (pouco mais de R$ 559 mil) de recursos públicos do Ministério da Cultura local para financiar um documentário contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o jornal espanhol El País, o filme "Desenmasarando al Foro de São Paulo", lançado em 2021, tem como um dos protagonistas o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, principal adversário de Lula na disputa presidencial.

"Estão falando na rua que Lula é livre, [que] é perseguido politicamente, quando sabemos que ele é o protagonista do maior escândalo de corrupção da história do Brasil", afirma Eduardo no documentário.

O objetivo da produção é criticar o Fórum de São Paulo, plataforma que reúne partidos de esquerda latino-americanos, de social-democratas e comunistas. Oficialmente, o filme quer promover "estudos e desenvolvimento de atividades políticas, sociais e culturais".

O documentário alterna imagens históricas com entrevistas de líderes do Vox e seus aliados, incluindo o presidente do partido, Santiago Abascal. Em julho do ano passado, ele criou a sua própria fundação, intitulada " Disenso" — que, de acordo com a reportagem, já recebeu cerca de € 92 mil (R$ 514 mil) em ajudas públicas, e espera obter outros € 112.342 (R$ 627 mil) ainda este ano.

Além de Lula e partidos da esquerda latino-americana, o "Podemos" e o governo de Pedro Sánchez, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), também são criticados no documentário.

"Tenho certeza de que os espanhóis vão mudar de posição e tirar os socialistas do poder porque, se não o fizerem, a Espanha será a próxima Venezuela", diz Eduardo Bolsonaro.