Bolsonaro ironiza 'Carta pela Democracia': 'Qual ameaça que eu ofereço?'
Afeito a declarações golpistas e atritos institucionais com o Poder Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje entender que ele não oferece ameaça à democracia e ironizou o lançamento de um manifesto público em defesa dos valores democráticos —até a tarde de hoje, o documento conta com mais de 250 mil assinaturas.
Sem apresentar elementos que corroborem a sua tese, Bolsonaro afirmou a apoiadores que o manifesto estaria vinculado a interesses de grandes bancos e instituições financeiras. Na visão dele, seriam empresas incomodadas com ações do governo, como a criação do Pix.
"Você pode ver esse negócio de carta aos brasileiros, democracia... Os banqueiros estão patrocinando. É o Pix, que eu dei na... Uma paulada neles... Os bancos digitais também, que nós facilitamos. Estamos acabando com o monopólio dos bancos", disse Bolsonaro a fãs e militantes que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada, na manhã de hoje.
"Eles estão perdendo poder. Carta pela democracia? Qual é a ameaça que eu estou oferecendo para a democracia?", disse.
Ontem (27), Bolsonaro já havia comentado o assunto durante participação na convenção do PP, partido do aliado de primeira hora e chefe da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). O evento ocorreu no Auditório Nereu Ramos, no Congresso Nacional, em Brasília. O pleiteante à reeleição disse que não precisa de nenhuma "cartinha" para expor respeito aos valores democráticos e que quer, "cada vez mais, cumprir e respeitar a Constituição".
"Vivemos em um país democrático, defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia, e que queremos, cada vez mais, nós, cumprir e respeitar a Constituição. Não precisamos, então, de apoio ou sinalização de quem quer que seja para mostrar que o nosso caminho é a democracia, é a liberdade, é o respeito à Constituição."
O documento citado hoje por Bolsonaro foi batizado "Carta pela Democracia" e, em menos de 24 horas, aderido em massa por acadêmicos, artistas, empresários, intelectuais e religiosos.
A associação feita pelo presidente e candidato à reeleição com interesses das grandes instituições financeiras do país surge um dia depois de um posicionamento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). A entidade decidiu assinar um outro manifesto (intitulado "Em Defesa da Democracia e da Justiça"), lançado originalmente pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Bancos públicos, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil não endossaram o documento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.