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Ciro diz que se perder Presidência este ano não concorre mais: 'Chega'

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República - Evaristo Sá/AFP
Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República Imagem: Evaristo Sá/AFP

Do UOL*, em São Paulo

29/07/2022 14h50Atualizada em 29/07/2022 15h33

O candidato do PDT à disputa presidencial, Ciro Gomes, indicou hoje que esta pode ser a última vez que ele concorre à Presidência da República.

"Desta vez chega, se eu não ganho agora, eu vou colocar a viola no saco, porque virei o primo falante, o chato, o destemperado porque falo números", disse o ex-ministro durante discurso feito na na 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília.

Ciro já concorreu outras três vezes à Presidência, em 1998, 2002 e 2018. Na primeira, não houve segundo turno e, nas demais, o ex-governador do Ceará não chegou à segunda fase eleitoral.

O presidenciável discursava hoje sobre o modelo econômico brasileiro e disse esperar que a classe intelectual e artística também discutisse o tema. Para ele, as instituições hoje estão "engessadas, cristalizadas para proteger o interesse do 'financismo' mais salafrário da humanidade".

"O que está acontecendo conosco? Temos que colocar em perspectiva que o Brasil precisa discutir de forma inadiável o modelo econômico. Essa é a razão pela qual, pela quarta vez, tento ser presidente do Brasil", argumentou o ex-governador.

Alternativa a Lula e Bolsonaro

O ex-ministro tenta se colocar como uma opção da chamada terceira via, que rejeita tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a última pesquisa Datafolha, Ciro aparece com 8% das intenções de voto, contra 47% de Lula e 29% de Bolsonaro, os dois mais bem colocados na disputa.

No evento, Ciro atacou o governo do chefe do Executivo. "Temos uma caricatura trágica na Presidência da República. Bolsonaro, essa tragédia que ascendeu à Presidência da República, não caiu de Marte por acaso", afirmou. "Ele é muito mais efeito de um colapso histórico do pensamento progressista, do que propriamente a causa desse momento trágico em diversos aspectos, que o nosso país está vivendo".

Ciro serviu como ministro no governo do petista, com quem já dividiu outras eleições anteriormente. Antes alinhados, o ex-governador e o ex-presidente agora trocam farpas publicamente, enquanto Ciro tenta convencer os eleitores de esquerda de que ele poderia derrotar Bolsonaro em um segundo turno.

No início do mês, o ex-ministro disse que avisou a Lula que ele "estava elegendo" Bolsonaro nas eleições de 2018, ao insistir em uma candidatura petista naquela ocasião.

"Mas eu avisei o que está acontecendo hoje. Eu avisei: 'Lula, você está elegendo o Bolsonaro'. Como agora está de novo. Eu sou profeta? Não, eu tenho muita experiência, olho para o passado", declarou, durante participação no "Avesso Podcast", no YouTube.

A SBPC convidou os três candidatos que lideram as pesquisas de intenções de voto na corrida presidencial. Ontem, Lula participou e Bolsonaro não irá ao evento. O mandatário justificou a ausência, de acordo com organizadores "considerando compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda".

*Com Agência Estado