Com elogios a Bolsonaro, Tarcísio oficializa candidatura ao governo de SP
O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve sua candidatura ao governo de São Paulo oficializada hoje em convenção nacional do partido, realizada em São Paulo. O evento contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), idealizador da candidatura de seu ex-ministro ao Palácio dos Bandeirantes, e da primeira-dama Michelle.
"Bolsonaro mudou a minha vida. Devo muito ao presidente, sempre vai contar com meu carinho e respeito", discursou o ex-ministro.
Depois de uma fase da pré-campanha em que se empenhou na estratégia de se descolar do presidente, cujos índices de rejeição são altos, e para atrair o eleitor não simpático aos extremismos do bolsonarismo, Tarcísio intensificou recentemente elogios ao presidente em discursos e publicações nas redes.
Os dois também estiveram juntos em eventos públicos em São Paulo. Em seus discursos, o presidente tem elogiado a performance do seu ex-ministro à frente da pasta da Infraestrutura.
Na última terça-feira, Tarcísio afirmou que "o fantasma do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tem que ser banido do país". O movimento social é historicamente ligado ao PT e também alvo frequente de ataques do presidente.
Internamente, a campanha avalia que apesar da alta rejeição do presidente, os eleitores de Bolsonaro são fundamentais para que Tarcísio consiga chegar ao segundo turno.
Pesquisa da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos e divulgada no início de julho, aponta que o apoio do presidente ao ex-ministro contribui para que Tarcísio tenha desempenho melhor no primeiro turno. Quando tem seu nome vinculado ao do atual mandatário, as intenções de voto em Tarcísio crescem 13 pontos percentuais, de 15% para 28%.
O ex-ministro, no entanto, tenta se afastar dos discursos radicais do presidente, como a tentativa de desacreditar, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro. Ele também já declarou que discordou de Bolsonaro sobre a vacina contra covid-19 — o presidente diz que não se vacinou.
Para atrair o eleitor de centro, Tarcísio tem dito que nunca foi radical e sempre manteve uma linha pragmática. Em um vídeo exibido na convenção, ele destacou que teve cargos nos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Essa intensificação para se ligar a Bolsonaro também se deve ao acenos do governador Rodrigo Garcia (PSDB), que concorre à reeleição, ao eleitorado mais à direita.
Nascido no Rio de Janeiro, a campanha tucana criou o mote "paulista raiz" para criticá-lo por ser de fora de São Paulo.
A convenção homologou ainda a coligação que contará com os partidos PSD, PTB, PSC e PL, e que apoiará o nome de Tarcísio. A chapa terá o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) como candidato a vice, e o ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, para uma vaga no Senado.
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