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Bombig: Em plano de governo, Bolsonaro culpa a pandemia pelo que não fez

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/08/2022 19h07Atualizada em 09/08/2022 19h11

A prévia do plano de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para um eventual segundo mandato responsabiliza a pandemia de covid-19 por tudo o que ele não fez, afirmou o colunista Alberto Bombig, durante participação no UOL News.

A colunista do UOL Carla Araújo teve acesso ao documento de 48 páginas elaborado pela equipe de campanha do presidente. "É mais do mesmo, um plano de governo basicamente para [dizer] 'tudo que não fiz foi culpa da covid e vou fazer nos próximos quatro anos'", disse Bombig. "[Bolsonaro] puxa a discussão para o que interessa a ele, como falar de liberdade. Devia falar dos milhões de miseráveis que temos no Brasil."

Segundo integrantes da campanha de Bolsonaro, o primeiro passo para a elaboração do texto foi identificar as promessas de 2018 e também as ações e "entregas" do governo entre 2019 e 2022.

"Na essência, o governo reeleito de Bolsonaro continuará a implementar as mudanças e reformas estruturantes (que só não foram mais abrangentes devido à pandemia de Covid-19 e a guerra entre a Federação da Rússia e a Ucrânia), com o objetivo de melhorar a eficiência dos gastos públicos", diz trecho do documento.

De acordo com a apuração da Carla Araújo, o material ainda passará por uma avaliação final do presidente e pode sofrer alterações antes de ser oficializado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quando a candidatura à reeleição for formalizada — o prazo vai até o próximo dia 15.

Um dos capítulos do documento é denominado "A liberdade e a vida". Bombig criticou o uso de uma suposta ameaça à liberdade dos brasileiros como proposta de governo.

"Se há um algum cerceamento à liberdade do Brasil hoje, parte justamente dos ataques do Bolsonaro ao nosso direito de votar na urna eletrônica", disse.

Falando sobre as "reformas estruturantes" citadas, o jornalista lembrou que a reforma mais importante do governo Bolsonaro foi a da Previdência — tocada por Rodrigo Maia quando era presidente da Câmara.

Se [Bolsonaro] tem quatro anos de governo, vai apontar para mais quatro e resume isso em 48 páginas, estamos perdidos" Alberto Bombig, colunista do UOL

"Historicamente, reeleição é um plebiscito: o governo deve continuar ou deve ser substituído? Me surpreende que nem promessas mais Bolsonaro está conseguido fazer direito", concluiu.

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