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Não passa um dia sem que me perguntem se vai ter golpe, diz Barroso

4.out.2021 - O ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do TSE, durante evento de abertura do código-fonte da urna eletrônica em 2021 - Reprodução/YouTube
4.out.2021 - O ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do TSE, durante evento de abertura do código-fonte da urna eletrônica em 2021 Imagem: Reprodução/YouTube

do UOL, em Brasília

09/08/2022 21h58

O ministro Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (9) que "não passa um dia" sem ser questionado se haverá um golpe no Brasil. Em discurso durante cerimônia de aposição de seu retrato no rol dos ex-presidentes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cargo que ocupou entre maio de 2020 até fevereiro deste ano, o ministro citou iniciativas adotadas em defesa da democracia.

Em sua fala, Barroso disse que foi questionado por um correspondente do jornal americano The New York Times se o Brasil viveria uma insurreição semelhante à de 6 de janeiro de 2021, em que militantes trumpistas invadiram o Capitólio contra o resultado das urnas.

"Não passa um dia sem que alguém me pergunte se vai ter golpe. Ou seja, alguma coisa esquisita está acontecendo aqui"
Roberto Barroso, ministro do STF e ex-presidente do TSE

O ministro também citou a Carta aos Brasileiros e Brasileiras em Defesa do Estado Democrático de Direito, que será lida na quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), e os manifestos semelhantes encabeçados pela Fiesp e pela Febraban.

"Golpes, violência, desrespeito ao resultado eleitoral são preocupações que têm sido repetidamente veiculadas. É como se o espectro de República das Bananas tivesse voltado a nos assombrar, como se estivéssemos voltados 60 anos na história", disse.

Barroso frisou, porém, que o Brasil conta com "instituições sólidas e resilientes" como o TSE e o STF e que, junto da sociedade civil, garantirão a posse de quem for eleito nas próximas eleições.

"Dia desses, li um adesivo que dizia 'Soberano é o povo'. É isso mesmo. E a soberania do povo se expressa antes e acima de tudo na Constituição, e nós fazemos cumprir a Constituição. Essa é a fonte de nosso poder, armado apenas de razão pública para empurrar a história na direção certa", disse.