Vice de Tebet diz que teve cadeira de rodas danificada em voo internacional

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), vice na chapa de Simone Tebet (MDB) na disputa à Presidência da República, afirmou em postagem no Twitter que teve sua cadeira de rodas danificada pela companhia aérea Lufthansa em um voo de Genebra para Zurique, na Suíça. Ela voltava de um evento na ONU (Organização das Nações Unidas).

O que aconteceu? No Twitter, Mara escreveu que os funcionários da empresa não encontravam a sua cadeira de rodas ao pousar em Zurique — estava chovendo no momento. A senadora declarou que os funcionários da aérea exigiram que ela "deixasse a aeronave imediatamente".

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"Ao me negar a sair, me acusaram de atrapalhar o embarque de outros passageiros que 'precisavam ir pra casa' - como se eu valesse nada e não quisesse o mesmo. Após aguardar por mais de 1h30 dentro do avião, encontraram a cadeira mais danificada — pois já tinham quebrado na ida. Concluíram o estrago na volta. Esse é mais um episódio com a Cia, que me deixou comprar passagem em um voo que não cabia a minha cadeira", disse a parlamentar.

"Por causa disso, com menos de 24 horas para o voo, me avisaram que o horário para o embarque tinha sido adiantado em 5 horas! Perdi compromissos importantes e agora são duas cadeiras com perda total", acrescentou.

Segundo Mara, quando os funcionários da Lufthansa pediram para ela sair da aeronave, eles informaram que a companhia emprestaria uma cadeira comum para o transporte até a saída do aeroporto.

"Depois de muito cobrar sobre o paradeiro da minha cadeira, o comandante da aeronave desmentiu a funcionária que havia passado a informação errada. Ou seja, ela simplesmente não queria se dar ao trabalho de procurar de fato minha cadeira de rodas. Se não insistisse, voltaria pra casa sem a cadeira. Essa é uma realidade vivida por inúmeras pessoas com deficiência que diariamente têm problemas com o transporte aéreo."

Senadora acusa empresa de já ter danificado outra cadeira A senadora disse que há cinco meses a mesma companhia aérea já tinha danificado outra cadeira de rodas dela.

Segundo a parlamentar, a confirmação da perda total do item foi confirmada por um laudo da fabricante do equipamento. À época da ocorrência, Mara afirmou ter ficado um mês trabalhando com pessoas com deficiência na ONU mesmo com a sua cadeira de rodas quebrada."Ao voltar para o Brasil, fiquei meses arcando com fisioterapia para resolver os danos no meu corpo. Desde então, tento contato com as companhias @FlySWISS (Linha Aérea Internacional da Suíça) e @Lufthansa_BR, mas elas não retornam."

Senadora diz que situações assim são comuns A parlamentar afirmou que esse não é um episódio isolado na sua vida e na de outros cadeirantes.

"Já quebraram muitas cadeiras de rodas, já teimaram em carregar muita gente no colo por não pousarem no finger ou por não terem o ambulift à disposição. Sempre tento dar um voto de confiança às empresas aéreas, tentando mostrar o quão importante é atender bem a todos." O ambulitf, explicou a senadora em uma postagem no Facebook em 2017, é um "veículo que transporta as pessoas com deficiência quando o avião não pousa no finger".

Nas redes sociais, Mara recebeu o apoio do também presidenciável Ciro Gomes (PDT): "Receba minha irrestrita solidariedade. Se uma senadora, candidata a vice-presidente e representante internacional sofre este tipo de constrangimento, imagine os milhões de anônimos portadores de deficiência espalhados pelo mundo. Parabéns pela firmeza!".

Manuela d'Ávila, ex-deputada estadual do Rio Grande do Sul, também enviou um "abraço solidário" para a parlamentar.

O que diz a Lufthansa? Em uma publicação de Mara no Instagram também relatando o episódio, a empresa aérea disse, em inglês, que "sente muito pela experiência desagradável na viagem", e enviou um link para a senadora mandar um relato do caso.

Na resposta, a senadora comentou que não adiantava "só pedir desculpas", mas que ela precisava ser ressarcida pelos danos nas duas cadeiras e os problemas físicos causados no corpo e vida dela em razão de ambas as situações.

O UOL tenta contato com a companhia aérea. A nota será atualizada em caso de retorno.