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Bolsonaro cancela ida a ato no Congresso ao lado de Fux, Lira e Pacheco

ADRIANO MACHADO/REUTERS
Imagem: ADRIANO MACHADO/REUTERS

Do UOL, em Brasília

08/09/2022 10h20Atualizada em 08/09/2022 11h09

O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), desistiu hoje de comparecer ao Congresso Nacional para prestigiar a celebração do Bicentenário da Independência, comemorado ontem, 7 de setembro. A sessão solene marcada pelo Parlamento conta com as presenças de Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Luiz Fux, chefes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente.

Autoridades estrangeiras também estão no país para a atividade, entre os quais o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo. A ausência ocorre um dia após a parada militar de 7/9 e o ato político realizado em Brasília, no contexto da comemoração do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios. Devido ao tom eleitoral da agenda, Fux, Lira e Pacheco não foram ao desfile.

De acordo com a agenda divulgada inicialmente pelo Planalto, Bolsonaro estaria no Congresso por volta de 10h. Nesse mesmo horário, porém, o governante recebia crianças no Palácio da Alvorada, a residência oficial da chefia do Executivo, em uma interação descontraída com direito a piadas e explanações sobre a história da sucessão presidencial no Brasil.

Em seguida, Bolsonaro levou um grupo de alunos de uma escola de Brasília para conhecer uma área externa do Palácio da Alvorada, com um amplo jardim. "A casa é muito grande", disse ele, e as crianças riram.

"Olha lá que galinha gigante!", brincou, em outro momento.

Segundo o Departamento de Polícia do Senado, Bolsonaro não apresentou justificativa para cancelar a agenda. A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) também não explicou o motivo da desistência.

Convidados. Além de Lira, Pacheco e Fux, participam da sessão solene o procurador-geral da República, Augusto Aras; o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo; e parlamentares. Também estão no evento os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e José Sarney.

Coro do imbrochável. Pouco antes de levar crianças às dependências do Alvorada, Bolsonaro tirou selfies com apoiadores na portaria e voltou a ouvir o coro do "imbrochável".

Ontem, logo após o desfile militar em Brasília que celebrou os 200 anos da independência do país, Bolsonaro realizou um ato político, em tom de comício, para discursar a apoiadores, criticar adversários e exaltar valores conservadores.

Em dado momento, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o candidato incentivou a militância a acompanhá-lo aos gritos de "imbrochável". Ele também fez comparações entre a sua esposa e outras primeiras-damas, alfinetou Janja (mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, seu principal adversário) e chamou Michelle de "princesa".

"A vontade do povo se fará presente no próximo dia dois de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas", disse, referindo-se, sem citar o nome de Janja.

"Não há o que discutir, uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida, não é ao meu lado não, muitas vezes ela está é na minha frente. E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de serem infelizes, procurem uma mulher, uma princesa, se case com ela para serem mais felizes ainda", continuou o presidente.

O discurso foi feito em caminhão de som disponibilizado por empresários do agronegócio, próximo do local do desfile oficial das Forças Armadas, na Esplanada dos Ministérios. Estavam presentes o vice-presidente, Hamilton Mourão, o empresário investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) Luciano Hang, o pastor da Assembleia de Deus Silas Malafaia, além de deputados bolsonaristas e outros apoiadores.