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Ex de Bolsonaro nega transações atípicas: 'Abro minha conta a quem quiser'

26.set.2018 - A advogada Ana Cristina Valle, de 51 anos, ex-mulher do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, em sua casa, em Resende, no sul fluminense - FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
26.set.2018 - A advogada Ana Cristina Valle, de 51 anos, ex-mulher do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, em sua casa, em Resende, no sul fluminense Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

21/09/2022 20h35

Ana Cristina Valle, candidata a deputada distrital pelo PP (Partido Progressista) no Distrito Federal, negou hoje, em vídeo publicação nas redes sociais, que tenha feito transações atípicas e disse que abre a sua conta bancária a quem quiser. (Assista ao vídeo abaixo)

A fala da ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma reação à reportagem publicada pelo jornal O Globo, que se baseia em um documento feito pela PF (Polícia Federal) citando a movimentação de R$ 9 milhões entre 2019 e 2022 e transações "atípicas" e "incompatíveis" com seu salário.

Os dados apresentados pela PF, por sua vez, foram retirados de relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), elaborado para ser utilizado como base para pedir à Justiça Federal uma investigação contra a ex-esposa de Bolsonaro após ela comprar uma mansão em um bairro nobre de Brasília, avaliada em R$ 3 milhões.

Bem, o jornalista começou a me perguntar isso na sexta-feira sobre uma movimentação atípica de R$ 4 milhões. Eu já me assustei. Quem dera eu ter esse dinheiro. Quando foi na segunda-feira, ele me manda uma outra mensagem falando sobre R$ 9 milhões. Eu mandei um recado pra ele: mesmo que isso fosse verdade, o que não é, de forma alguma, não é verdade... Eu desafio a pessoa a provar que isso é verdade. Abro a minha conta bancária a quem quiser. Ana Cristina Valle, nas redes sociais

"É mais uma manobra para derrubar o presidente Jair Bolsonaro. Agora, se tem uma conta eu que desconheço, eu quero para mim. Porque eu só tive, na minha vida inteira, uma conta bancária. Eu desafio a provar que isso é verdade", acrescentou.

No espaço temporal em que moveu R$ 9,3 milhões, a candidata a deputada distrital atuou como assessora do vereador Renan Marassi (PL), ainda em Resende, no Rio de Janeiro, e depois como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF), dessa vez em Brasília, e com salário líquido de R$ 6.200. Ana Cristina deixou esse último emprego para concorrer nas eleições deste ano.

Durante esse período, segundo a reportagem d'O Globo, Ana Cristina recebeu R$ 4,2 milhões em suas contas bancárias e removeu delas R$ 4,3 milhões. A maior parte das transações teria ocorrido entre junho de 2019 e junho de 2021, de acordo com relatório do Coaf.

O UOL tentou contato com Ana Cristina, mas sem sucesso. Ao Globo, ela negou a movimentação financeira e disse que abrirá uma investigação contra o Coaf, que "mentiu e praticou fraude".