Quem é Roberto Jefferson, ex-deputado bolsonarista que atirou em policiais
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que reagiu à prisão com tiros contra agentes da Polícia Federal hoje, iniciou sua carreira política em 1971. Desde então, o ex-parlamentar bolsonarista teve o seu nome ligado a inúmeras polêmicas, passando do envolvimento no Mensalão durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a defender pautas de extrema-direita, com ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e disseminação de fake news.
Nascido em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em junho de 1953, Jefferson começou a carreira como apresentador de televisão. Ele se filiou ao MDB em 1971, quando começou sua carreira política, e ficou no partido até 1980, quando passou pelo PP e, logo depois, se filiou ao PTB, partido que presidiu entre 2003 e 2005.
Em 1982, Roberto Jefferson venceu as eleições para deputado federal, e conseguiu ser reeleito para cinco mandatos consecutivos, até ser cassado pela Câmara dos Deputados em 2005, pelo envolvimento no Mensalão.
Em 2008, em audiência na Justiça, Jefferson confessou ter recebido R$ 4 milhões do esquema. O ex-deputado foi condenado por participação no Mensalão em novembro de 2012, a 7 anos e 14 dias de prisão pela venda de votos, no entanto, três anos depois ele ganhou a liberdade condicional.
Após o episódio, Jefferson passou a defender pautas de extrema-direita e ficou conhecido como um dos apoiadores mais ferrenhos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em agosto de 2021, o ex-deputado foi preso por ameaças aos ministros do STF, com vídeos em que empunhava armas. Jefferson ficou no Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu, no Rio, mas, após sua defesa alegar que ele estava com problemas de saúde, ele foi transferido para a prisão domiciliar, em janeiro de 2022.
Nas eleições deste ano, o PTB tentou emplacar Roberto Jefferson como candidato à Presidência da República mesmo ele estando em prisão domiciliar. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no entanto, negou o registro de Roberto Jefferson como candidato ao cargo de presidente. Na ocasião, o Plenário constatou que ex-parlamentar estava inelegível para disputar qualquer eleição até 24 de dezembro de 2023.
Por outro lado, o TSE deferiu o registro do candidato a vice-presidente na chapa, Kelmon da Silva Souza, conhecido como 'Padre' Kelmon, como candidato do PTB a presidente.
A transferência de Jefferson para a prisão domiciliar estava condicionada a uma série de proibições, entre elas o uso das redes sociais, desobedecida quando o bolsonarista apareceu em um vídeo publicado pela filha, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB), proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-deputado federal voltasse para a cadeia após descumprir as medidas cautelares. Ao reagir à prisão, Jefferson feriu dois policiais, sendo uma mulher, atingidos por estilhaços, mas passam bem.
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