Edinho Silva: PT está em contato com Ciro Nogueira para discutir transição

Edinho Silva (PT), prefeito de Araraquara e coordenador de comunicação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou hoje que o Partido dos Trabalhadores já entrou em contato com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), para iniciar a transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para Lula a partir do dia 1º de janeiro de 2023.

"Eu mesmo conversei com o ministro Ciro Nogueira e conversei com a nossa presidenta Gleisi Hoffmann. A Gleisi já deve estar em contato com Ciro Nogueira para que a gente possa iniciar formalmente a nomeação da comissão de transição. Houve diálogo por parte do Ciro Nogueira conosco", afirmou durante entrevista concedida no programa UOL News.

Ele também destacou que o PT vem fazendo sinalizações de que está aberto ao diálogo desde que o resultado das eleições foi confirmado e disse ser importante para a democracia que todas as instituições sejam respeitadas.

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"Acreditamos que o diálogo vai prosperar e que nós possamos iniciar nos próximos dias a transição. Uma transição pacífica, madura e adulta, até porque a eleição acabou e o que está em jogo hoje é o Brasil e os interesses da população brasileira".

Ainda durante a participação no programa, Edinho afirmou que a paralisação dos caminhoneiros feita em estradas de pelo menos 20 estados do país é um fato isolado liderado por setores mais radicalizados do bolsonarismo, e que isso não deve afetar o diálogo com o núcleo político do bolsonarismo.

"O sentimento majoritário, inclusive de partidos que hoje compõem o governo Bolsonaro e lideranças que compõem o governo Bolsonaro, os sinais que nós temos recebido são sinais de construção de diálogo. E que possamos fazer uma transição pacífica no Brasil, colocando acima de quaisquer outros interesses, os interesses da população brasileira".

Bolsonaro tem desafio de reconhecer derrota sem desmobilizar sua base, diz Carla Araújo

A colunista do UOL Carla Araújo afirmou que um dos maiores desafios de Bolsonaro será fazer uma mensagem para seus apoiadores reconhecendo a vitória de Lula nas eleições, mas sem desmobilizar completamente sua base mais radical.

"O presidente precisa agradecer os votos que teve, e ele não pode abandonar essa massa de eleitores mais radicais dele totalmente. Então, talvez, essa questão dele falar que tem algumas injustiças e que se sente injustiçado de alguma forma é para tentar manter a base bolsonarista alinhada".

Carla também afirmou que, apesar de já ter admitido publicamente a possibilidade de deixar a vida pública, Bolsonaro dificilmente fará isso. Ela citou o número expressivo de votos do atual presidente e a "paixão" de alguns de seus eleitores para justificar a análise.

Bolsonaro prometeu a apoiadores um golpe de Estado caso perdesse as eleições, diz Sakamoto

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou durante o UOL News que Jair Bolsonaro precisa se pronunciar e fazer movimentos acerca de sua derrota na corrida eleitoral, e destacou que um desses movimentos é para seus seguidores. Para Sakamoto, o presidente prometeu um golpe de estado a eles.

"Ele precisa fazer vários movimentos simultaneamente. Tem o movimento que ele precisa fazer aos seguidores dele, ele incitou os seguidores e prometeu um golpe de estado, vamos deixar bem claro. O presidente Jair Bolsonaro prometeu um golpe de estado caso perdesse as eleições. Prometeu insurreição e isso ficou muito claro", afirmou.

Na sequência, Sakamoto falou sobre as consequências dessa "promessa". "Você acha que aquele bando de maníacos que está travando estradas com faixas, não estou falando que todo mundo que está travando a estrada é maníaco, mas tem gente travando a estrada pedindo golpe de estado e Forças Armadas. Você acha que isso surgiu de geração espontânea? Não, isso foi incitado pelo presidente da República por um tempão e agora os seguidores dele estão esperando golpe de estado".

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