MPE pede que TSE 'tome providências' para liberar estradas paralisadas
O MPE (Ministério Público Eleitoral) solicitou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) "tome providências", através de orientação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), para liberar as rodovias. As vias estão sendo bloqueadas por manifestações e bloqueios realizados por caminhoneiros bolsonaristas em 25 estados e o DF. Eles contestam o resultado das eleições, que coroou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (30).
"O Ministério Público Eleitoral apresenta esse quadro ao Tribunal Superior Eleitoral, solicitando que a Corte adote providências para a restauração da normalidade, mediante orientação à Polícia Rodoviária Federal para que, com toda a cautela, até para evitar o agravamento da situação, garanta o livre trânsito de veículos, bens e pessoas nas rodovias ocupadas", escreveu Paulo Gustavo Gonet Branco, vice-procurador-geral Eleitoral.
A petição, encaminhada ao presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, aponta que "tem chegado ao conhecimento da Procuradoria-Geral Eleitoral notícias sobre manifestações relacionadas com os resultados das eleições, mediante obstrução com veículos, de rodovias, em dezenas de pontos de interrupção, acarretando o impedimento ao livre trânsito de veículos e prejuízos aos cidadãos".
"Desafios dessa espécie atingem o processo eleitoral, no que tange à sua legitimidade e eficácia como forma de expressão da vontade popular", discorreu o vice-procurador-geral eleitoral.
Sem uma liderança abertamente identificada, os manifestantes têm afirmado em vídeos que pretendem manter as estradas fechadas até que Bolsonaro se pronuncie.
Conforme apurou o UOL Notícias, as paralisações estão sendo articuladas em pelo menos 29 grupos de Telegram, divididos por estado. Em geral, os grupos são criados por pessoas não identificadas e têm uma mensagem padronizada, orientando os caminhoneiros a paralisar rodovias e vias de acesso às cidades, com detalhamento de locais e horários.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal), responsável pela fiscalização das vias federais, afirmou que acionou a Justiça para liberar as rodovias.
*Com Rafael Neves, do UOL, em São Paulo
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