PRF: Brasil tem 34 bloqueios e interdições em rodovias de 11 estados

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) atualizou, às 19h03 (horário de Brasília), para 34 o número de interdições e bloqueios nas estradas federais do Brasil, por manifestantes que defendem um golpe após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno.

As ocorrências atingem 11 estados. No levantamento anterior, liberado às 15h51 de hoje, os bloqueios e interdições parciais eram 32 e contemplavam 7 estados.

Rondônia é o estado que lidera na quantidade de vias total ou parcialmente interditadas, com 8 ocorrências. A lista segue com Mato Grosso (7) e Pará (7).

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Houve diminuição na quantidade de atos nos estados de Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Amazonas, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e São Paulo registraram novas interdições ou bloqueios.

Ainda segundo a PRF, o total de manifestações desfeitas desde o início das atividades da corporação foram de 931 e as multas aplicadas foram mais de 1.992.

Veja o número de ocorrências de bloqueios e interdições por estado:

• Amazonas: 2 interdição;
• Minas Gerais: 2 interdições;
• Mato Grosso: 7 interdições;
• Mato Grosso do Sul: 1 interdição;
• Pará: 7 interdições;
• Paraná: 1 bloqueio;
• Rio Grande do Norte: 1 interdição;
• Rondônia: 8 interdições;
• Rio Grande do Sul: 2 interdições;
• Santa Catarina: 2 interdições;
• São Paulo: 1 interdição.

Minutos antes da divulgação de boletim das 15h51, Aras disse ter sido informado que não havia bloqueios. Augusto Aras, procurador-geral da República, afirmou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, o comunicou de que "não haveria mais bloqueios nas rodovias". Porém, como o boletim da PRF apontou, ainda há 32 ocorrências nas estradas federais brasileiras.

A declaração de Aras ocorreu após ele pedir a palavra durante a abertura de sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (3).

"Quero registrar que hoje, às 13h, fui informado oficialmente pelo ministro da Justiça de que não havia mais nenhum bloqueio em nenhuma das rodovias brasileiras. Tudo isso faz parte de um trabalho conjunto da Justiça Eleitoral, atendendo o nosso pleito da Procuradoria-Geral Eleitoral, todas as manifestações do Ministério Público em relação a PRF, aos estados, as polícias militares."

E continuou: "Este é um trabalho conjunto e eu parabenizo todas as instituições de ter na sua unidade, estado brasileiro, praticamente concluído a eleição, nesse rescaldo indesejável, porém compreensível, de que nós temos novo tempo a começar, um novo governo e nós continuaremos cumprindo cada um com nossos deveres".

Bolsonaro faz novo apelo para que atos cessem. Ontem à noite, o presidente da República publicou um vídeo nas redes sociais para pedir novamente que os manifestantes liberem as vias no país. Ele citou impactos econômicos decorrentes das estradas bloqueadas.

O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas. Está lá na nossa Constituição. E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Tem que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além do prejuízo à nossa economia.
Jair Bolsonaro, presidente da República

"Prejuízo todo mundo está tendo com essas rodovias fechadas. O apelo que eu faço a você: desobstrua as rodovias, proteste de outra forma, em outros locais, que isso é muito bem-vindo, faz parte da nossa democracia", continuou.

Bolsonaro também disse estar "tão triste" quanto os seus eleitores e apelou para que seus apoiadores não pensassem "mal dele". "Estou com vocês e tenho certeza que vocês estão comigo".

Histórias de impactos decorrentes dos bloqueios se multiplicam no país, e vão desde exame de câncer perdido por uma idosa até 42 horas sem acesso à comida e recursos necessários, como medicamentos, para crianças e idosos.

Ontem, também foi registrado um episódio de atropelamento em massa: um carro avançou sobre o bloqueio e atingiu ao menos 16 pessoas em Mirassol, interior de São Paulo.