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OPINIÃO

Joel: Alckmin é melhor escolha para tocar transição para o governo Lula

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/11/2022 14h23Atualizada em 03/11/2022 14h50

O comentarista do UOL News Joel Pinheiro elogiou hoje a escolha do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para comandar a transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Joel destacou que um dos principais desafios será a discussão da questão orçamentária para 2023 e que Alckmin é o nome ideal para dialogar com diferentes setores.

Se as pessoas estão com medo do Lula e medo da esquerda, Alckmin é o que nós temos de mais centro e de mais responsabilidade fiscal, de alguém com conhecimento de gestão pública que pode, de maneira minimamente crível, sentar à mesa junto com o Congresso e membros do atual governo para discutir como será decidida essa alocação de recursos do Brasil.

Ele destacou que os principais desafios nesse momento de transição para o próximo governo serão econômicos e orçamentários, principalmente visando viabilizar a continuidade do auxílio de R$ 600.

"Uma PEC extraordinária me parece ser o único jeito de viabilizar esse auxílio de R$ 600 ao longo do ano que vem."

Joel ainda destacou que o orçamento enviado por Bolsonaro ao Congresso já está totalmente apertado e sem espaço para investimentos.

O teto de gastos já está morto. Bolsonaro destruiu o teto de gastos, porque toda vez que ele precisava fazer algum gasto ao longo de 2022 para se viabilizar na campanha ele conseguiu do Congresso. Então o teto de gastos já é uma ilusão e não existe mais. A regra fiscal brasileira vai ter que ser repactuada.

Sakamoto: Orçamento enviado por Bolsonaro para 2023 é uma peça de ficção

Na opinião do colunista do UOL Leonardo Sakamoto, o ponto que exigirá mais estudo por parte da equipe de Lula será o orçamento da União, que já foi aprovado pelo Congresso para o ano de 2023. Ele chamou o orçamento enviado pelo atual presidente de "obra de ficção".

O orçamento que foi enviado pelo Bolsonaro ao Congresso Nacional é uma peça de ficção, na verdade. Ele havia prometido R$ 600 [de auxílio] para o ano que vem caso fosse eleito, igual ao Lula, só que ele não colocou isso no orçamento da União e não estava lá, é uma peça de ficção.

Sakamoto também destacou que, entre as prioridades do governo Lula, estão a manutenção do auxílio de R$ 600 e também um aumento real do salário mínimo, que deve ficar em torno de 1,5% acima da inflação.

"Isso significa dezenas de milhões de reais no orçamento que não estavam [previstos], aí o pessoal está pensando em como colocar. Talvez decretar e fazer algum aumento, usar uma PEC para aumentar os recursos de forma extraordinária."

Sakamoto: Bolsonaro faz dupla comunicação ao pedir fim de bloqueios

Há uma dupla comunicação nesse processo e o presidente da República poderia muito bem obrigar seus subordinados a tomarem ações. Ele não fez isso", disse Sakamoto sobre a possibilidade de Bolsonaro pedir o fim do bloqueio nas rodovias do país.

Ele ainda afirmou que o governo "faz corpo mole" e não há uma vontade real do bolsonarismo para que as estradas sejam desbloqueadas.

"O presidente da República pede e não pede ao mesmo tempo. Se por um lado ele pede diretamente nos vídeos dele, na verdade mais para tirar o dele da reta do que qualquer outra razão, por baixo nas redes bolsonaristas há bombas. Todo mundo está bombando os protestos nas rodovias".

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