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Lula lamenta a morte de Gal Costa: 'uma das maiores cantoras do mundo'

Do UOL, em São Paulo

09/11/2022 12h03Atualizada em 09/11/2022 13h38

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou após a morte de Gal Costa. Em seu Twitter, Lula disse que Gal Costa foi uma das maiores cantoras do mundo. "Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros.".

No post com o texto, Lula publicou uma foto abraçado com Gal Costa. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também se manifestou em pesar pela morte de Gal Costa. Na GloboNews, Janja disse que a cantora estará "sempre nos nossos corações" e que está "muito triste" pela perda.

A cantora morreu hoje, aos 77 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Em um de seus últimos shows, Gal Costa fez o "L" e pediu para que a população votasse com "sabedoria" e "sem ódio", poucas semanas antes do 1º turno das eleições. "Daqui a 15 dias a gente escolhe o nosso presidente, vamos votar direitinho, vamos votar com sabedoria e com inteligência, sem ódio e com amor", disse ela, sem falar o nome do então candidato e agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro não se manifestou pela morte da cantora.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin também lamentou a morte de Gal Costa e disse que ela "fará imensa falta". Ele lembrou que a cantora havia pedido "que escolhêssemos o caminho do amor, e não do ódio."

Políticos lamentam morte da cantora. No Twitter, personalidades políticas como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), os deputados federais Alexandre Frota (PROS-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Maria do Rosário, entre outros, destacaram o talento e a contribuição da cantora para a música brasileira, e afirmaram que ela é "eterna".

Cantora havia cancelado apresentações. Gal estava com a agenda de shows suspensa após passar por uma cirurgia para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita no final de setembro.

Uma das principais intérpretes da música brasileira, Maria das Graças Penna Burgos nasceu em Salvador em 26 de setembro de 1945. Ela fez sua estreia em 1964, quando chamou atenção por seu cantar rasgado no espetáculo "Nós, Por Exemplo..." ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia — juntos, formariam a banda Doces Bárbaros na década de 1970, um divisor de águas em sua carreira.

Sua primeira gravação foi o dueto "Sol Negro", no disco de estreia de Maria Bethânia. Seu primeiro disco solo, "Gal Costa", foi lançado em 1969, após trabalhos em conjunto com Caetano e Gil, e trouxe sucessos, como as músicas "Baby", "Divino Maravilhoso", "Que Pena" e "Não Identificado".

No final da década de 1970, ela se distanciou do repertório roqueiro e se consagrou como uma intérprete de MPB ao lançar "Gal Tropical", disco com um dos seus maiores sucessos: "Balancê", "Força Estranha", "Índia" e "Meu Nome é Gal".

Com mais de 50 anos de carreira, foi responsável por eternizar músicas de compositores como Gil, Caetano, Luiz Melodia, Jards Macalé e Cazuza, além de trilhas de novelas da TV Globo, como "Modinha para Gabriela", na clássica "Gabriela" (1975), "Tigresa" em "Espelho Mágico" (1977), "Meu Bem, Meu Mal" em "Brilhante" (1990), "Brasil" em "Vale Tudo" (1988) e "Ruas de Outono" em "Paraíso Tropical" (2007).

Após completar 70 anos, Gal se manteve ativa musicalmente e passou a gravar nomes da nova MPB. Com os álbuns "Estratosférica" (2015) e "A Pele Do Futuro" (2018), a artista conquistou um público mais jovens e voltou a ser requisitada em festivais pelo país. Seu mais recente é álbum é "Nenhuma Dor", (2021), que traz duetos com Criolo, Tim Bernardes, Zé Ibarra, Silva, Seu Jorge e Rubel.

"Não criamos esse projeto com o objetivo de virar um álbum de carreira, foi um disco feito para trazer alegria para o público. É muito gratificante saber que esse disco pode levar um conforto, uma leveza para quem gosta e se conecta com o meu trabalho", disse em entrevista a Splash.

Reservada em relação à vida pessoal, Gal foi casada com o músico Marco Pereira entre 1991 e 1992. Em 2007, adotou seu filho único, Gabriel, na época com 2 anos. Pela rapidez do processo, a cantora foi acusada de furar a fila de adoção pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, mas negou: o menino, que tinha raquitismo, já havia passado por três abrigos para crianças sem ser adotado, por estar fora do padrão de crianças procuradas para adoção. Na época, Gal divulgou uma nota dizendo que Gabriel "é um brasileiro típico, caboclo, subnutrido, raquítico e com sérios problemas de saúde" e que "ama a criança como filho".