MPF pede investigação sobre suposto 'apagão' de documentos no Planalto
O MPF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal solicitou hoje a abertura de uma investigação sobre o suposto "apagão de documentos" de computadores do Palácio do Planalto. O pedido do órgão veio após o portal Metrópoles noticiar o que seria uma "ameaça" aos arquivos e banco de dados por tentativa de invasão da rede da Presidência, o que teria levado à formatação dos equipamentos, apagando todo seu conteúdo.
"O MPF quer que a Secretaria-Geral da Presidência explique de quem partiu a ordem de formatação dos HDs e se a pasta promoveu a apuração de responsabilidades sobre eventuais causas e responsáveis pelo ocorrido", diz a nota do órgão.
A Secretaria-Geral da Presidência apenas informou que um "malware" - qualquer tipo de software de computador com intenção maliciosa -, foi detectado em algumas estações de trabalho. Segundo o comunicado, isso aconteceu por meio de "phishing"- técnica usada para o roubo de dados confidenciais -, mas garantiu que não houve vazamento de dados, nem comprometimento de sistemas.
Segundo a reportagem, o caso teria acontecido logo após o resultado das eleições, que deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
O MPF, porém, vê elementos graves e suficientes para uma investigação. O órgão também ressaltou que, apesar de dizer que os sistemas não foram afetados, a Presidência da República "não esclareceu se computadores foram formatados, se arquivos foram danificados ou apagados, se dados sensíveis foram vazados, se dados públicos foram perdidos ou se houve investigação sobre a origem do ataque".
"Faz-se necessário, assim, para a adequada proteção do patrimônio público e para a segurança da informação constante de bancos de dados da maior relevância para o Estado brasileiro, que todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação sejam apuradas, bem assim que os agentes públicos envolvidos na ocorrência sejam ouvidos, para melhor esclarecer os fatos, seus desdobramentos e consequências", finaliza o MPF.
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