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Deputados pedem a Moraes investigação de empresários por atos golpistas

20.out.2022 - O ministro Alexandre de Moraes durante sessão plenária do STF, em Brasília - Carlos Moura/SCO/STF
20.out.2022 - O ministro Alexandre de Moraes durante sessão plenária do STF, em Brasília Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em Brasília

15/11/2022 19h30Atualizada em 16/11/2022 16h12

Parlamentares do PSOL pediram hoje ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes a inclusão dos empresários suspeitos de financiar manifestações de cunho golpista no inquérito que investiga a existência de milícias digitais antidemocráticas.

Os deputados pedem a quebra do sigilo telefônico e bancário dos suspeitos e que o caso seja remetido à PGR (Procuradoria-Geral da República). Assinaram o pedido os deputados federais Áurea Carolina de Freitas, Ivan Valente, Sâmia Bomfim, Fernanda Melchionna, Glauber Braga, Talíria Petrone, Viviane da Costa Reis e Luiza Erundina.

Os deputados citam no documento a suposta participação de empresários como Luciano Hang, dono das lojas Havan, e Luiz Henrique Crestani, do grupo Luke, além de discorrer sobre o possível envolvimento de outras empresas no auxílio aos atos golpistas.

Em nota, Luciano Hang afirmou que são mentirosas as acusações de que ele teria financiado manifestações. Hang diz que "desde o dia 30 de outubro tem se dedicado exclusivamente às atividades empresariais" e que "não apoiou, participou ou financiou nenhuma manifestação ou paralisação". A reportagem tenta localizar um contato de Luiz Henrique Crestani.

Movimento golpista. Diante da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram convocadas para defender "intervenção federal" ou "intervenção militar".

O movimento teve início com o fechamento de estradas. Depois, os manifestantes se dirigiram para a frente de quartéis do Exército pelo país.

Financiamento. A apuração do envolvimento de empresários nesses atos já está no radar de Moraes. Procuradores-gerais de Justiça de São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo já haviam informado ao ministro, que acumula o cargo de presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que investigações estaduais identificaram a participação de empresários no financiamento de atos antidemocráticos pelo país.

Segundo o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, já foi detectada a atuação de empresários e até de prefeituras na organização dos bloqueios de estradas e nos atos em quartéis das Forças Armadas.

Hoje, a Polícia Civil de Goiás localizou sites que organizam e pedem recursos para os atos. As informações foram enviadas a Moraes.

A procuradora-geral de Justiça do Espírito Santo, Luciana Andrade, também afirmou que a atuação dos empresários envolve ainda a criação de "listas" para impedir consumidores e empresários de utilizarem determinados produtos ou serviços no Estado.

"A gente tem percebido um movimento também de empresariado que é criar uma lista de pessoas e empresários cujos consumidores não deveriam consumir ali produtos ou serviços. Estão criando embaraço à livre iniciativa do comércio, algo que não víamos há muitos e muitos anos", afirmou.