PGR articula com ministro da Justiça reforço para liberação de rodovias
O procurador-geral da República Augusto Aras entrou em contato com o ministro da Justiça, Anderson Torres, para debater a articulação de reforços para liberação de rodovias no Brasil, e repassou relatos sobre a situação em diversos estados. A reunião foi convocada para discutir o avanço dos movimentos golpistas pelo Brasil e durou cerca de duas horas.
"O ministro nos assegurou que, mais uma vez, vai instar o governador do estado pra que solicite apoio da Força Nacional que está disponível para ajudar a desobstruir as rodovias", disse Aras.
Manifestantes bolsonaristas contestam o resultado da eleição deste ano, que deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, os movimentos atentam contra as instituições democráticas, pedem intervenção militar e "intervenção federal".
Aras também informou que vai oficiar o governador do Estado de Mato Grosso, Mauro Mendes, para que "dentro de sua autonomia constitucional, possa requerer o apoio da Força Nacional para o desbloqueio de rodovias que cortam o Estado". A avaliação de representantes do MPF (Ministério Público Federal) é de que O efetivo das polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar não seria suficiente para atender as demandas no estado, conforme divulgado pela PGR em nota.
Durante o encontro da Cpac (Comissão Permanente de Atuação Coordenada para a Prevenção e Resolução de Crises e Conflitos), em Brasília, os procuradores da República relataram os casos nos estados do Pará, Paraná e Rondônia e de Mato Grosso. Nestes locais, as paralisações voltaram a ocorrer desde a última sexta-feira (18), com relatos de violência.
De acordo com o último boletim da PRF (Polícia Rodoviária Federal), divulgado às 20h33 (horário de Brasília) desta segunda (21), há 13 interdições e quatro registros de bloqueios nas rodovias federais; Mato Grosso concentra as ocorrências.
Em Rondônia, onde ainda existem alguns pontos isolados de manifestações, já foi realizado o pedido de apoio da Força Nacional, que foi atendido pelo ministério: "em contato há pouco, com o ministro, ele nos informou que vai mandar reforçar imediatamente o contingente em Rondônia", garantiu Aras.
PRF diz que protestos em SC parecem ações de black blocs. A PRF disse, por meio de nota, que o método usado por manifestantes bolsonaristas para bloquear estradas em Santa Catarina lembra ações de terroristas ou de black blocs.
"Os métodos utilizados lembraram os de terroristas ou de black blocks (sic): bombas caseiras feitas de garrafas com gasolina, rojões, óleo derramado intencionalmente na pista, 'miguelitos' (pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores cortados e jogados deliberadamente na pista", listou a corporação.
A PRF também informou que houve cerca de 30 bloqueios entre a última sexta-feira (18) e a madrugada de hoje (21) no estado, e que a maioria delas foi "criminosa e violenta".
"A maioria das paralisações deste final de semana teve caráter diferente das realizadas logo após as eleições. Na maior parte dos casos, tratava-se de ocorrências criminosas e violentas, promovidas no período noturno por baderneiros, homens encapuzados extremamente violentos e coordenados", diz o comunicado.
Caminhões foram queimados em ato golpista em MT. Dois caminhões foram incendiados na manhã de hoje (21) em meio a atos golpistas na BR-163 na altura de Sinop, no interior de Mato Grosso. Vídeos obtidos pelo UOL Notícias registraram as chamas na rodovia.
Em áudio, uma testemunha disse que os motoristas foram rendidos por homens armados e encapuzados, que atearam fogo nos veículos. Os caminhões foram incendiados nos dois sentidos da rodovia.
Segundo uma testemunha, que relatou o que viu em áudio, os responsáveis pelo ataque portavam armas de grosso calibre: "os caras encapuzados, armados com uma arma ponto 40. Meteram bala, tiraram o motorista de dentro e meteram fogo nos dois caminhões."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.