Secretária acusada de ameaçar servidores após vitória de Lula é exonerada
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, exonerou hoje a Secretária Nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira Lira de Miranda, acusada de assédio moral contra funcionários da pasta após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
A publicação no DOU (Diário Oficial da União) é de hoje, mas a demissão é referente ao último dia 17 de novembro. Além de Luciana Siqueira, também consta uma exoneração a pedido do assessor especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Cidadania, Rafael Rodrigues dos Santos.
Luciana Siqueira atuava como titular da primeira infância na Secretaria Especial do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania desde julho de 2020. Segundo servidores da pasta, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), ela encaminhou mensagens dizendo que quem votou no candidato do PT contribuiu "para que nosso trabalho desça pelo ralo".
No dia seguinte ao resultado, a então secretária convocou uma reunião. De acordo com a denúncia, à qual a GloboNews teve acesso, a secretária disse "saber exatamente quem não votou no presidente" e que essas pessoas "pagarão pela Justiça divina".
Além disso, segundo os servidores, a secretária "reclamou da falta de lealdade de alguns da equipe, equiparou a traição de Judas e disse que quem vota em quem rouba não está com Deus" e que "vai infernizar todos os dias da próxima gestão e que o inferno não vai vencer o céu".
Além de denúncias à Ouvidoria do Ministério da Cidadania, servidores denunciaram Luciana ao MPF (Ministério Público Federal) e à CGU (Controladoria-Geral da União).
Na época, procurada pelo UOL, a pasta afirmou que também apurava internamente o ocorrido.
Ex-secretária nega ter feito ameaças e diz não ter sido contatada internamente. Em conversa com o UOL hoje, Luciana Siqueira disse que pediu demissão por "não ter clima para trabalhar" com quem a denunciou, e nega que tenha ameaçado a equipe após a vitória de Lula.
"O que eu falei, falei em um momento de emoção. Não agredi ninguém, não ameacei ninguém, disse o que eu pensei que poderia acontecer após o pleito", afirmou a ex-secretária, que disse que suas declarações foram feitas em momentos de conversa e "café" com a equipe, e não em uma reunião oficial da pasta.
"Eu não tenho direito de dizer quem foi, até porque a pessoa fez a denúncia anônima, e eu acredito que seja uma pessoa que não me conhecesse. Trabalhei e me relacionei com todo tipo de pessoa, de partidos diferentes, sempre com muito respeito. Os eventos da primeira infância sempre foram abertos, muito respeitosos", argumentou.
Luciana Siqueira afirmou também que não tinha planos de continuar no cargo após a mudança de gestão por apoiar o projeto do governo Bolsonaro, mas que a denúncia antecipou sua saída.
Ela também negou que tenha sido contatada por órgãos internos do Ministério da Cidadania, como a Ouvidoria, para prestar esclarecimentos sobre o caso, e disse que ficou sabendo do conteúdo das denúncias após mensagens de ameaças nas redes sociais.
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